Ouço na rádio que a FIFA, enquanto agência de rating, atribuiu a Portugal o 3º lugar no ranking das equipas de futebol, liderado novamente pelo Brasil, seguido da Espanha.
Num dia em que outra agência de rating, a Standard & Poor´s, desceu duplamente Portugal no ranking da credibilidade financeira internacional, a bondade da FIFA não é lenitivo que valha para a severidade da Poor´s.
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Mas ambos os rankings são desproporcionados: nem a equipa portuguesa de futebol merece um lugar no pódio, depois de se ter apurado à justa para o próximo campeonato do mundo na África do Sul, nem há razões para considerar que Portugal (apesar de tudo, ainda um país da União Europeia) deva ser escorraçado para o gueto dos altamente suspeitos do mundo financeiro.
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As agências financeiras de rating, está provado, são um negócio com uma influência desmedida que não decorre de qualidade inquestionável e insuspeita das suas avaliações, errando com grande impunidade. O único meio, no entanto, de as descredibilizar é o uso dos mecanismos que possam contrariar os efeitos negativos das suas previsões. Tal como no futebol, é no terreno que se discutem os lugares efectivos no ranking financeiro.
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Veremos nos próximo as dias se a União Europeia mostra ser capaz de jogar para ganhar o ataque dos relatórios das agências apesar de não dispor de defesas fortes e alguns membros serem geralmente indisciplinados. A sobrevivência da equipa actual depende muito dos resultados que obtiver.
3 comments:
Concordo plenamente.
Se, de todo não somos actualmente a terceira melhor equipa de futebol do mundo, também não nos podemos deixar levar por um ranking que nos puxa para o fundo do poço da economia europeia a cada dia que passa. O plano contra o euro era conhecido e esperado, mas dói sempre quando nos bate, mesmo com aviso. A verdade é que não nos soubemos preparar contra o previsível ataque de que fomos alvo, e ainda o facilitamos mais. Resta agora saber como se reagirá, vamos lutar por um 3º lugar merecido ou servirá apenas este ranking da FIFA para nos alimentar o ego? E, quanto à credibilidade financeira, será que foi com a queda que realmente acordámos? Ou nem assim? Os rankings fazem aquilo que já sabe, servem interesses.E será preciso muito esforço para conseguir subir novamente no ranking da Poor's, mas como tudo, é uma questão de vontade. Resta saber, que queremos afinal, que estamos dispostos a fazer para consegui-lo? Até agora nada vi, é como se diz, falam falam mas não fazem nada. (Ou pior, e infelizmente frequente, fazem algo errado e inadequado).
É o que temos.
"E será preciso muito esforço para conseguir subir novamente no ranking da Poor's,"
Hoje as perspectivas melhoraram. Leio no Público que:"Juros e seguros da dívida estão a descer"
Não faz mal acreditar que as coisas podem melhorar.
Acredito que melhorará. Mas quando?
Aproveito, para lhe mostrar:
http://aeiou.expresso.pt/reducao-do-iratingi-portugues-e-duvidosa=f579386
Bem se sabe das incertezas quanto aos rankings, mas que eles continuam a causar os efeitos pretendidos continuam.
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