Há muita gente a dizer o que se deve fazer para que o País seja salvo do garrote da dívida, ainda que o País padeça de outros males maiores.
Até em inglês, que, por ser língua franca, alguns economistas devem pensar que facilita o entendimento já que é generalizado o desentendimento entre os portugueses na língua pátria.
Aqui está um mais que excelente elenco de prescrições que eu subscrevo sem reservas.
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Mas se as prescrições me dão o conforto de me parecerem salvíficas não me retiram a inquietação de saber como vão ser administradas. Porque, penso eu, o problema maior com que nos defrontamos não é essencialmente saber o que fazer (há um razoável consenso maioritário acerca disso até porque não faltará quem nos diga o que temos a fazer) mas principalmente como é que vai ser feito. Se os credores nos aumentam continuamente os juros não é tanto porque desconfiem do PEC (deste ou de outro parecido) mas da capacidade deste governo, minoritário e monopartidário, fazer engolir a receita sem rejeição convulsiva do paciente.
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Dessa dificuldade primordial ninguém fala: o chefe do governo porque se obstina na sua autosuficiência, a oposição porque espera a queda do chefe, o presidente porque pelos estatutos o problema ainda não é com ele, as corporações porque sim.
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E sem quem tenha força e vontade para lhe administrar as prescrições, o paciente corre o risco de agonizar com os medicamentos por tomar à cabeceira da cama.
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