Vou até ao deserto, por uns dias.
Não estarei em casa a tempo de votar para as europeias. Mas, se estivesse, não votaria.
Pela primeira vez, vou abster-me de votar, e não é o facto de estar ausente que justifica a minha abstenção.
Abstenho-me em protesto contra a unanimidade conseguida em tempo record para a aprovação da nova lei de financiamento dos partidos políticos.
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Uma unanimidade que é uma afronta redobrada em tempos de crise.
Uma unanimidade que é uma indignidade de braço dado com a politiquice rasteira que, por exemplo, faz da Provedoria de Justiça uma bola de trapos.
Uma unanimidade que não se confronta com a urgência da representação portuguesa no parlamento europeu assumir o imprescindível consenso à volta dos principais meios de ultrapassagem dos graves bloqueios estruturais que a situação económica do país defronta.
Uma unanimidade que frequentemente apregoa a necessidade de maior participação do cidadãos na construção europeia mas, quando a oportunidade surge, se entretem com fulanizações e se pavoneia num deserto de ideias.
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Vou ao deserto. Ao outro.
2 comments:
Átan vá!
Descanse, divirta-se, coma bem, pague em dinheiro regresse mais pessimista.
Mas bem.
Ressalvando a validade dos argumentos a conclusão(abstenção)é errada(em meu entender).Este fim de semana estive em Vagos a ver a final da taça Benfica-Belenenses(futsal)(por razão familiar, não de interesse);ouvi um vizinho de bancada dizer "enquanto o Benfica não ganhar um campeonato não pago quotas".Posso concluir, Rui,que enquanto os partidos não mudarem de opções não votarás?Claro que votarás porque isto de partidos é como no futebol,há sempre um menos mau.Entretanto,bom descanso e até à almoçarada da próxima 5ªf.
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