Friday, December 05, 2008

OS NOMES DOS BOIS

...Se, ... a culpa da crise é da desregulamentação dos mercados no sistema liberal então no sistema planificado é do excesso de regulamentação. Segue-se que qualquer sistema seria bom se:- o liberal regulamentasse mais- o planificado regulamentasse menos.Só que o verdadeiro problema é o da natureza humana: como conciliar as liberdades individuais com as necessidades colectivas. E a natureza humana ou é (fixistas) ou vai sendo(marxistas). No fundo é a concepção aristotélica do homem como “ser social”.
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Caro Francisco,
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... (os cinco professores) ao criticarem a "má teoria", ainda que não a nomeiem (e é estranho que não o façam) referem-se às teorias liberais e neo-liberais que fizeram carreira depois dos sucessos (aparentes ou não) da Escola de Chicago com M Friedman à cabeça. O que é lamentável, porque a economia é uma ciência social em construção, como todas as ciências, e os contributos que a formam não são verdades absolutas nem argumentos para ilibar comportamentos imorais.
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Não há sistema que resista à imoralidade humana. O assalto e o saque não são actos exclusivos do ambiente liberal. Se o fosse, não teria implodido o socialismo real na União Soviética minado nos alicerces pela nomenclatura que se apoderou de todos os privilégios.
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Só conheço dois sistemas políticos, com diversas variantes: a ditadura e a democracia. E só em democracia pode garantidamente a justiça velar pela contenção dos instintos imorais do homem. O que remete para a questão acerca da essência da moral. Não sendo pacífica a resposta há pelo menos uma afirmação, a este respeito, que me parece consensual: é imoral ludibriar terceiros. E a crise é fruto de um cacho de ludíbrios: Primeiro - Forçaram vendas de imóveis, promovendo a especulação imobiliária e retirando colossais proveitos. Segundo - Confeccionaram produtos financeiros de alto risco e venderam-nos para toda a parte. Ganharam fortunas os criadores e os distribuidores. Com as receitas das vendas destes produtos exacerbaram a especulação imobiliária e bolsista.
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Quando o mercado chegou a um ponto de saturação (as árvores não crescem até aos céus) deu-se a implosão do cacho. E no dia em que as pessoas, que tinham comprado as casas as entregaram, ou porque não tinham meios para as pagar ou porque elas tinham baixado de preço, e os compradores dos tais produtos financeiros, mais tarde chamados "tóxicos", quiseram de volta o seu dinheiro...não havia dinheiro.
Os banqueiros, tão confiantes entre si, enquanto todos se encheram escandalosamente, passaram a desconfiar uns dos outros. O sistema emperrou e os Estados tiveram de socorrer o "sistema".
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Culpa do sistema? Culpa das má teorias? Uma ova! Culpa deles! Se lhes dermos a possibilidade de imputarem as culpas ao "sistema" ou às "más teorias" ficam ilibados.
É esta desculpabilização que, implicitamente, os professores fazem, que não devemos aceitar.
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Já depois de ter comentado as observações do meu Amigo Francisco, leio no Público de hoje a crónica de Vasco Valente. A certa altura, afirma Valente "Infelizmente esses cinco missionários não percebem, ou não confessam, que a essência do problema não está nesta ou naquela teoria; está no facto, para eles sem dúvida desagradável, de a economia não ser, por nenhum critério, uma "ciência". Se o fosse, não haveria agora crise (ou haveria uma crise com um remédio prescrito e infalível) e, como Keynes, num momento místico profetizou, talvez mesmo já não houvesse "subdesenvolvimento" e pobreza".
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Segundo a lógica Valentiana, teremos de arredar também do quadro científico, por exemplo, a medicina, pela incapacidade todos os dias demonstrada de vencer muitas doenças. Contudo, a posição em que se colocaram os cinco professores convida Valente e outros cronistas avençados da praça a desfeiteá-los.

1 comment:

MFerrer said...

ÚLTIMA HORA:
COMUNICADO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
21:00h, 5 de Dezembro de 2008

1 – Chegou hoje ao fim o processo de negociação das medidas tomadas pelo Governo no dia 20 de Novembro para facilitar a avaliação do desempenho dos professores.
2 – Os sindicatos, neste processo, não apresentaram qualquer alternativa ou pedido de negociação suplementar, pelo que o ME dá por concluídas as negociações, prosseguindo a aprovação dos respectivos instrumentos legais.
3 – O ME, mantendo a abertura de sempre, respondeu positivamente à vontade dos sindicatos, expressa publicamente, de realização de uma reunião sem pré-condições, isto é, sem exigência de suspensão da avaliação até aqui colocada pelos sindicatos. Foi por isso agendada uma reunião para o dia 15 de Dezembro, com agenda aberta.
4 – Os sindicatos foram informados que o ME não suspenderá a avaliação de desempenho que prossegue em todas as escolas nos termos em que tem vindo a ser desenvolvida.

Mário Nogueira, dadas as suas declarações nos telejornais d ehoje à noite, é um mentiroso compulsivo e não pode ser um parceiro fiável para nada!
MFerrer