Monday, December 15, 2008

MAIS OUTRO

Não cessam as surpresas de fraudes financeiras de dimensões escandalosas.
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A última, e parece que a mais gorda até agora, rebentou na sexta-feira passada.
O que é preciso rebentar mais para colocar todo o sistema em causa e acabar de vez com ele, e fundar um novo que não possa jogar às escondidas de toda a gente?
Quando é que acabam os offshores? E todos os refúgios de larápios de smoking?
Que mais falta provar para concluir que o sistema financeiro, pela importância que assume no contexto da economia global, deva ser, de forma permanente e sem reservas de qualquer espécie, escrutinado pelos cidadãos através de órgãos eleitos para o efeito?
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Como é que continua a ser tolerado que os fundos de pensões, aqueles que são constituidos para garantirem a sobrevivência após a saída da vida activa, não tenham qualquer supervisão dos participantes?
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Bernard Lawrence 'Bernie' Madoff (born April 29, 1938) is an American financier accused of fraud.
Until December 12, 2008 he had been the chairman of
Bernard L. Madoff Investment Securities LLC, which he founded in 1960.[1] On December 12, 2008 he was arrested by the Federal Bureau of Investigation, acting on a tip-off from his son, and charged with fraud. Federal judge Louis L. Stanton has frozen Madoff's assets, and appointed Lee Richards as receiver.[2] The firm has been one of the top market maker firms on Wall Street,[2] and also had an investment management business.[3]
The "
Ponzi Scheme" fraud is alleged to involve $50 billion[3] and to have taken place over decades.[4] To date it is the largest investor fraud ever attributed to a single individual.[5] Amongst others, Spanish, French, Swiss, and Italian banks have announced that they have lost over a billion U.S. dollars from L'Affaire Madoff.[6][7][8][9][10]
Madoff is also a prominent Jewish philanthropist.
[11][12] The freeze of Madoff's assets significantly affected a number of Jewish charities,[11][13][14] one of which, the Lappin Foundation, had to close.[14][15] Madoff was a major contributor to the Democratic party.[16]

4 comments:

A Chata said...

Encontrei hoje este artigo através da China News agency:

Buying foreign land for food security

By Ashfak Bokhari

Until the mid-20th century, many European countries grew rich on the resources of their colonies. Now, the emerging economies rich in cash but facing food insecurity are acquiring vast tracts of agricultural land in developing and poorer nations, to produce food for their populations.

The countries include China, South Korea, Japan, Saudi Arabia, UAE and some western investment entities.
Pakistan is among the countries where land is being acquired for the purpose.
But Africa is a major target of cheap land deals which has prompted The Guardian, London, to describe the new trend as ‘a modern-day version of the 19th-century scramble for Africa.’
...
Most of the land acquisitions took place during the last nine months. Chinese firms have been engaged in acquiring lease or purchasing land in Africa, Central Asia, South America, South-East Asia and Burma for farming purposes, especially to assure China’s long-term food supplies. Even in Russia, China has bought and developed 80,400 hectares of farmland at a cost of $21.4m. A part of the produce is exported back to China.
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This new trend has come under severe criticism from several quarters. The head of the UN Food and Agriculture Organisation, Jacques Diouf, has warned that the controversial rise in land deals could create a form of “neo-colonialism”, with poor states producing food for the rich at the expense of their own hungry people.
...
Sudan is an interesting case. Given the continuing Darfur crisis, where the World Food Programme is finding it too difficult to provide food to 5.6 million refugees, it is incredible to see foreign countries buying large tracts of farmland amidst civil war.
Sudan is trying to attract investors for almost 900,000 hectares of its land. A similar case is that of Cambodia where half a million people are facing starvation. Instead of arranging food for them, its government is in talks with several Asian and Middle Eastern governments to raise at least three billion dollars by offering millions of hectares of land concessions.
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http://www.dawn.com/2008/12/15/ebr17.htm

A confirmar-se o que este senhor diz, qual será o resultado destes 'negócios' para o futuro da humanidade?

Rui Fonseca said...

Cara Amiga A.,

Que posso dizer-lhe? Talvez...

Que se trata de uma questão, sem dúvida pertinente, mas não me parece que possam considerar-se estas compras de terrenos um caso de neo colonialismo.

Primeiro, porque não há uma ocupação soberana, isto é, a propriedade comprada pelos chineses não passa a ser território chinês. Em qualquer momento pode ser nacionalizada ou expropriada pelo Estado.

Segundo, não há extracção de recursos não renováveis. Hoje pode cultivar-se milho e daqui por cem anos o terreno lá continua para essa ou outra finalidade produtiva.

Aliás, temos um caso bem parecido aqui entre nós. Não estão cidadãos espanhóis a comprar terrenos no Alentejo para instalação de olivais em terrenos que estavam desaproveitados? Que diferença faz se o olival é do senhor E, espanhol ou do senhor P, português?

Por mim prefiro que esteja o terreno aproveitado. Alguma influência positiva terá à sua volta.

Não concorda?

Uma dessas influências positivas será o de incentivar os locais a fazerem o que passaram a ver fazer aos estrangeiros que chegaram.

Salvo melhor opinião.

António said...

Boa noite.
Caro Rui,
Não seja assim tão radical.
O subsolo de quem é?
Informe-se melhor, dê um passeio até às minas do Pejão, Pedorido, Castelo de Paiva e veja o que por lá aconteceu, à superfície, por via do que se fez no subsolo.
Se eu pagar, até a água posso levar comigo.
Diga-me, o que acontece ao poço do meu vizinho se eu fizer um grande furo, um grande poço e passar os meus dias a regar, a evaporar água?
Ou quando me for embora, fica tudo como dantes?

Rui Fonseca said...

Caro António, boa tarde!

Suponho que disse exactamente isso: Se houver apropriação de recursos não renováveis (minerais) há um empobrecimento do local de onde eles são retirados a favor daqueles para onde são enviados.

No caso de bens renováveis (e a produção agrícola trata disso) a utilização do solo só caminhará para a exaustão de não forem repostos os elementos que o tornam férteis. Essa reposição que, durante milénios se fez por via natural, utilizando estrumes, por exemplo, faz-se nos tempos modernos com a utilização de adubos sintéticos. Tem inconvenients? Tem alguns, mas se não tivesse havido a "revolução verde" grande parte da humanidade estaria muito mais carenciada do que está hoje.

E depois cada um de nós pode, se quiser, cuidar ecologicamente da sua horta e comer do que produzir. Não há chinês nenhum que nos possa impedir de o fazer.

Porque não?