Há dias atendi um telefonema da Deco a convidarem-me para sócio.
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A ideia que tenho da Deco é a de uma entidade que tem realizado um trabalho com algum mérito, sendo frequentes as referências a estudos seus, geralmente idóneos.
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No entanto, alguns processos de auto promoção utilizados pela própria Deco recorrem a métodos de marketing primário e que, por isso, em nada se distinguem das formas de aliciamento dos consumidores que, supostamente, a Deco deveria arredar.
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A senhora que nos telefonou, depois de confirmar o meu nome, aquele que consta da lista telefónica e que me dá, erradamente, a viver em S. João das Lampas, desbobinou um discurso decorado acerca de uma campanha de angariação de novos sócios, tendo eu direito, se me fizesse sócio ali já, a um conjunto de promoções que não consegui reter mas também não fiz grande esforço por isso. Disse à senhora que poderia, eventualmente, tornar-me sócio da Deco mas, antes de mais, gostaria de receber informação escrita, a começar por saber o que é a Deco. Prometeu a senhora o envio de documentação satisfatória e, uns dias depois, recebo uma ficha de inscrição para preencher e devolver.
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Hoje, fui pessoalmente à Deco. Disse ao que ia e a senhora da recepção, à minha pergunta primeira, o que é a Deco e quais os seus estatutos, respondeu-me que a Deco era uma entidade privada (também eu, também ela, pelo menos até ver) e que não tinha estatutos para distribuir nem nunca ninguém lhe tinha alguma vez pedido semelhante coisa. Entretanto, uma colega que ia a sair entendeu ignorar-me e interromper a recepcionista que me atendia para lhe pedir qualquer coisa.
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Retomado o atendimento a este cidadão e consumidor, que lhes chamou a atenção para a falta flagrante em casa de quem se propõe defender o cidadão consumidor, consegui, após algumas diligências da simpática, mas estupefacta recepcionista com tanta exigência e perguntas tão estranhas, uma cópia dos estatutos, e inscrevi-me como sócio.
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Para casa trouxe, como promoção, duas revistas editadas pela Pró-Teste (gratuitas), um leitor de DVD (sem écran) e um relógio digital que projecta as horas na parede, também gratuitos.
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Agora ando à procura de a quem possa dar os brindes eléctricos que a mim não me servem para nada.
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