O antigo ministro das Finanças Eduardo Catroga reconheceu hoje que não existem ainda condições para reduzir os impostos, argumentando que só no final da actual legislatura deverá ser dado "um sinal de alívio da carga fiscal".
"Não estão criadas condições para baixar os impostos", admitiu Eduardo Catroga, no final da primeira reunião do grupo que colabora na elaboração da moção de estratégia global que Marques Mendes vai apresentar nas eleições para a presidência do PSD.Catroga entende que "é preciso dar um sinal de alívio da carga fiscal para as empresas e famílias" — o que poderá acontecer "em 2008 ou 2009" —, mas sublinhou que até lá os esforços devem concentrar-se na criação de condições para baixar os impostos."Não defendo uma baixa sem a diminuição da despesa pública corrente e o Governo ainda não tem tido muito sucesso na diminuição da despesa pública", disse.
A posição assumida pelo antigo ministro de Cavaco Silva contraria uma posição tornada pública há alguns meses pelo líder do PSD, que desafiou o Governo a baixar de imediato a carga fiscal para estimular o crescimento da economia. O primeiro-ministro, José Sócrates, rejeitou uma descida imediata dos impostos, escusando-se a revelar quando tal será possível.Relativamente à participação na campanha do líder social-democrata, Eduardo Catroga disse que se trata de "uma colaboração pontual"."Sou amigo de Marques Mendes desde que estivemos juntos no Governo de Cavaco Silva. Tenho com ele uma óptima relação e é uma colaboração pontual. Não estou na vida política activa", declarou. O antigo ministro sublinhou ainda que é defensor da estabilidade política, não apenas nos Governos, que devem completar os quatro anos da legislatura para que são eleitos, salvo "circunstâncias especiais", como também na oposição.
"É preciso estabilidade na oposição, é preciso dar-lhe tempo. O líder da oposição deve ter o mesmo tempo, quatro anos, e deve ser julgado ao fim desse período", salientou.
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