Imaginem que a notícia do dia era a decisão do presidente do FC Porto de cedência gratuita de Iker Casillas ao SL Benfica. E que, para maior pasmo dos leitores, ouvintes ou telespectadores, o sr. Pinto da Costa tinha acrescentado à oferta mais quatro ou cinco jogadores do plantel principal da equipa portista. Ocorreu-me o nome do guarda-redes do FC Porto porque, valha a verdade, desconheço o nome de outros jogadores. Poderia ter imaginado a cedência de Rui Patrício e mais quatro ou cinco leões ao Benfica, ou ao FC Porto, porque, aonde quero chegar, qualquer exemplo, assim ou vice-versa, serve.
Mais irónicos, ou realistas, alguns diriam, se a notícia fosse verdadeira, que o sr. Pinto da Costa demonstraria, mais uma vez, com este inconcebível negócio, uma sagacidade que a idade não atrofia. Pois que se com o Casillas e os outros andam os dragões à deriva, oferecê-los à concorrência seria a melhor jogada de Pinto da Costa nesta temporada.
Mais irónicos, ou realistas, alguns diriam, se a notícia fosse verdadeira, que o sr. Pinto da Costa demonstraria, mais uma vez, com este inconcebível negócio, uma sagacidade que a idade não atrofia. Pois que se com o Casillas e os outros andam os dragões à deriva, oferecê-los à concorrência seria a melhor jogada de Pinto da Costa nesta temporada.
Imaginem agora que onde se lê (notícia falsa) presidente do FC Porto, ou do Benfica ou do Sporting, se lia presidente do BPI (ou presidente do La Caixa, que es quien tiene más poder). E que (notícia verídica) o BPI cedeu à Caixa Geral de Depósitos, por tempo indeterminado, o seu vice-presidente e mais quatro ou cinco altos quadros do banco.
Ouço na rádio esta manhã que, mesmo depois de ter o sr. António Domingues e mais uns quantos terem apresentado demissão dos cargos de administradores da Caixa, o líder do partido mais votado, na oposição, insiste em reclamar ao primeiro-ministro explicações para o sucedido.
Não sei se vão deitar mais molho ou a caldeirada já está pronta. Mas a ninguém, minimamente atento, escapou o modo como foi cozinhada.
O que parece escapar a toda a gente, incluindo o líder do partido mais votado, na oposição, é a razão pela qual o sr. Fernando Ulrich, (ou o sr. Gonzalo Gortázar Rotaeche) se dispôs a oferecer à concorrência, aparentemente gratuitamente, quatro ou cinco titulares do seu plantel.
Que agora, sendo eles tão bons como os melhores, serão certamente recebidos de volta a casa de braços abertos.
E o que faria Pinto da Costa?
2 comments:
Meu caro Rui:
Bom, essa de ignorares o nome dos jogadores do sempre invicto FCP é uma ofensa quase pessoal e revela uma tão colossal falta de cultura que eu considerava inimaginável dado o teu saber enciclopédico. De qualquer forma, nenhum dos jogadores do sempre invicto emblema azul e branco, todos de grande classe, pode assim ser ofertado de mão beijada; já o treinador, esse sim, o Pinto da Costa devia pagar a quem o levasse.
Ainda quanto aos atletas, creio que sabes bem que quem os quer levar do FCP tem que lhes oferecer um projecto aliciante ( se não continuam no invicto) e pagar bom dinheiro ao clube. Por vezes, e depois da deriva, um ou outro lá volta ao seio materno (por mero exemplo, o Quaresma e o Lucho Gonzalez...), onde é sempre bem recebido. Se é assim ou não no BPI, pois não sei, e lamentavelmente não posso elucidar-te.
Todavia, e como não é contestável, o homem não deixa também de ser a sua circunstância. Aqui, também.
Obrigado, António
Atrasei-me no agradecimento e, entretanto, os jogadores contratados já anunciaram a saída do plantel.
Esperemos que a Caixa venha a ser agora o que nunca foi: um banco bem gerido ao serviço da economia deste país.
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