ELA é Isabelle Huppert, agora com 63 anos, protagonista de um thriller psicologicamente perverso que a crítica considera excepcional sobretudo pelo desempenho da actriz principal.
Tão estrelado, fomos ver o filme.
Que é o retrato de um sub mundo (se não estou a ser optimista) na sociedade parisiense da actualidade, povoado por indivíduos que, de um modo ou outro, gravitam à volta de Ela: uma empresária vocacionada para a criação vídeo-jogos explorando o filão da monstruosidade, subliminar ou ostensiva, filha de um condenado a prisão perpétua por crimes de infanticídio que ela presenciou em criança. O guião do thriller passa, no entanto, por outro lado: Ela é violada de forma sádica em sua casa por um mascarado, mas não recorre à polícia, preferindo urdir uma teia onde irá cair o violador sádico.
Quando o descobre, não o denuncia, submetendo-se à mais que provável hipótese de repetição dos actos. Pelo meio intersectam-se outras relações sexuais entre membros do clã, em que Ela é também participante. Cândido, só o filho de Ela, que teima ser pai de quem, claramente, não foi progenitor.
Relembre-se que Isabelle Huppert protagonizou em 2000 "A pianista", um enredo de jogos sadomasoquistas.
Muito aplaudido em Cannes, ELA, de um espectador, que não deve ter lido os críticos, ouvimos, à saída da sala, um sardónico comentário apenas audível nas proximidades "É tudo um putedo, senhor Alfredo!"
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