O PR disse hoje acreditar que a meta do défice programado pelo governo (5,5%) para 2013 vai ser cumprida e desvalorizou os números do primeiro trimestre, que apontam para um saldo negativo de 10,6 por cento. "Os números que foram recentemente avançados pelo Governo parecem apontar nesse sentido. Não devemos prestar muita atenção ao primeiro trimestre, porque, como todos sabemos, há ali um problema contabilístico, que resulta da contabilização do aumento do capital do Banif como défice". "Como economista", considera que "é um erro" o gabinete de estatística da União Europeia (Eurostat) "fazer esse tipo de contabilização".
O erro da consideração dos empréstimos intermediados pelo Estado para recapitalização de alguns bancos (Banif, BCP, BPI, CGD) decorre do erro da obrigatoriedade dessa intermediação imposta pela troica. E, quanto a este aspecto, a grande maioria está de acordo.
Contudo, não se percebe como pode o Governo conseguir atingir o défice de 5,5% no fim deste ano, mesmo considerando o agravamento provocado pela entrega ao Banif de 700 milhões de euros durante o primeiro trimestre. Segundo a aritmética aplicável, para que tal desiderato fosse possível seria necessário que durante os três trimestres restantes o valor médio do défice não excedesse os 3,8%.
Sem a entrega ao Banif o défice teria ficado em 8,8%.
Mesmo considerando que a projecção do défice não é linear porque em contabilidade pública não há periodificação de encargos, a redução necessária para atingir os 5,5% no fim do ano lembram uma celebração de fé religiosa do ministro Vítor Gaspar onde nem as perspectivas económicas nem os custos da dívida parecem poder ajudar à missa.
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