"Durão Barroso é o fomentador da expansão dos radicalismos na Europa."
Obviamente, a acusação não é minha mas - vd. aqui - do senhor Arnaud Montebourg, ministro francês da indústria do governo presidido pelo senhor François Hollande. Há dias atrás tinha-se Hollande encrespado com o senhor Barroso a propósito da eventual exclusão do áudio visual das conversações para a criação da zona económica entre EUA e União Europeia, mas o desaguisado parecia sanado com as explicações de Barroso. Agora, o ataque de Montebourg veio reacender a animosidade dos franceses pela Comissão Europeia, atribuindo-lhe as culpas pelos desastres causados pela política de austeridade que, segundo eles, foi gizada e é comandada a partir de Bruxelas.
Marie Le Pen, que recentemente bateu de novo os socialistas em eleições parcelares intercalares num território tradicionalmente socialista, regozija-se - vd. aqui - com esta escaramuça no seio da União Europeia, que ela se propõe abandonar quando um dia for presidente da República Francesa. Segundo as sondagens mais recentes, o partido de extrema direita que Marine lidera nunca esteve tão próximo desse resultado inconcebível ao mesmo tempo que a popularidade de François Hollande caiu nas ruas da amargura.
O senhor Hollande poderia, se tivesse espinha dorsal suficiente, responsabilizar Merkel, a Alemanha e os amigos do norte se queria sacudir a água do capote e eleger um bode expiatório das suas próprias incapacidades. Mas Hollande é um pusilânime e um confronto, mesmo que discreto, com Merkel exigiria dele temeridade incomparável com o envio de tropas para o Mali, uma ousadia notável, segundo o senhor Mário Soares, que não se lembra de outra.
Precisando de um bode expiatório das suas desventuras, o senhor Hollande e seus amigos viram no senhor José Barroso o exemplar à mão de semear que lhes convinha. O senhor Barroso, enquanto presidente da Comissão Europeia "pinta poco" nas políticas impostas aos membros da zona euro e, muito particularmente, aqueles que estão sob resgate ou por lá perto. Aliás, foi com esse objectivo que se lembraram dele no directório regido pela senhora Merkel, que, efectivamente, decide e os outros obedecem.
O senhor José Barroso só é importante para ele próprio.
Precisando de um bode expiatório das suas desventuras, o senhor Hollande e seus amigos viram no senhor José Barroso o exemplar à mão de semear que lhes convinha. O senhor Barroso, enquanto presidente da Comissão Europeia "pinta poco" nas políticas impostas aos membros da zona euro e, muito particularmente, aqueles que estão sob resgate ou por lá perto. Aliás, foi com esse objectivo que se lembraram dele no directório regido pela senhora Merkel, que, efectivamente, decide e os outros obedecem.
O senhor José Barroso só é importante para ele próprio.
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