Os portugueses contestam tudo?
"Um dos grandes problemas em Portugal é que "tudo é contestado", "não conseguimos colocar-nos de acordo quanto aos processos credíveis de apuramento dos factos que devem servir de base às nossas decisões públicas".
Quem é que não consegue? Os portugueses? Que portugueses? A generalização das culpas é a forma mais comum de desresponsabilização dos culpados. Se o primeiro-ministro não tivesse dispensado o PS da execução conjunta do memorando que o anterior governo negociou e coassinou, a contestação seria bem menor e os acordos necessários mais viáveis.
A contestação a que se assiste, e que muito provavelmente irá recrusceder se a União Europeia mantiver o actual estado de sonambulismo a caminho do abismo, é tão normal quanto era esperada pelas consequências dos compromissos assumidos com a troica, alguns dos quais não foram nem serão cumpridos.
Depois, e independentemente das esperadas consequências de uma política imposta do exterior, com resultados em grande parte desastrados, o governo, para além das evidentes argoladas em que tem caído, tem-se explicado mal aos portugueses. Poiares Maduro prometia colmatar uma falha evidente neste governo mal suportado. É por demais evidente que não tem correspondido às expectativas.
Quando num país onde uma larga maioria da população é ajoujada com aumentos de impostos que atingem em alguns casos o confisco, quando o desemprego é imparável e a pobreza alastra, e continuam a acontecer com frequência casos como este, quando os maiores crimes de colarinho branco continuam por julgar, à espera de prescrição, é, ainda assim, muito reduzido o grau de contestação popular.
E a contestação interpartidária é a resultante natural da ambição do poder pelo poder de estar na ribalta. E, lamentavelmente, não há excepções relevantes a esta regra que condena o país a um futuro cada vez mais sombrio.
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Correl. - (22/06) "O gabinete do ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, vai passar a reunir todos os dias – à excepção das quintas-feiras – com os jornalistas." - vd aqui. Mas que grande petisco!
Quem é que não consegue? Os portugueses? Que portugueses? A generalização das culpas é a forma mais comum de desresponsabilização dos culpados. Se o primeiro-ministro não tivesse dispensado o PS da execução conjunta do memorando que o anterior governo negociou e coassinou, a contestação seria bem menor e os acordos necessários mais viáveis.
A contestação a que se assiste, e que muito provavelmente irá recrusceder se a União Europeia mantiver o actual estado de sonambulismo a caminho do abismo, é tão normal quanto era esperada pelas consequências dos compromissos assumidos com a troica, alguns dos quais não foram nem serão cumpridos.
Depois, e independentemente das esperadas consequências de uma política imposta do exterior, com resultados em grande parte desastrados, o governo, para além das evidentes argoladas em que tem caído, tem-se explicado mal aos portugueses. Poiares Maduro prometia colmatar uma falha evidente neste governo mal suportado. É por demais evidente que não tem correspondido às expectativas.
Quando num país onde uma larga maioria da população é ajoujada com aumentos de impostos que atingem em alguns casos o confisco, quando o desemprego é imparável e a pobreza alastra, e continuam a acontecer com frequência casos como este, quando os maiores crimes de colarinho branco continuam por julgar, à espera de prescrição, é, ainda assim, muito reduzido o grau de contestação popular.
E a contestação interpartidária é a resultante natural da ambição do poder pelo poder de estar na ribalta. E, lamentavelmente, não há excepções relevantes a esta regra que condena o país a um futuro cada vez mais sombrio.
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Correl. - (22/06) "O gabinete do ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, vai passar a reunir todos os dias – à excepção das quintas-feiras – com os jornalistas." - vd aqui. Mas que grande petisco!
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