De vez em quando o José Barroso aparece a reclamar que ainda existe. Ontem a Comissão Europeia declarou que quer que o BCE supervisione todos os bancos da zona euro incluindo as caixas económicas e mutualistas e não apenas os 25 maiores como pretende a Dona Angela.
Parece-me bem.
Se a supervisão do BCE apenas abranger os maiores ficam de fora sobretudo os das economias mais fragilizadas. Por outro lado, sendo a supervisão central e global do sistema bancário europeu uma condição necessária à evolução para uma globalização das garantias dos depósitos, e esta uma condição imprescindível à retoma da confiança dos depositantes nos países de onde se têm observado maiores saídas de fundos para bancos alemães, sobretudo, esta declaração da UE, que não é original, e talvez até seja inconsequente, é oportuna.
Com o prematuro apagamento de Hollande na cena europeia, é fundamental que Barroso assuma a posição
que lhe compete de contraponto ao poder cada vez mais hegemónico de Merkel. Até porque sem oposição, a Chanceler fica sem argumentos para convencer os alemães das vantagens que, também eles, alemães, têm na continuidade da União Europeia, e de arrepiar caminho que leva ao exacerbamento dos nacionalismos e, inevitavelmente, ao fim da União.
Não sendo provável que esteja a considerar chocar uma renovação de mandato, Barroso tem a oportunidade e o dever de ir mais além e denunciar os objectivos que estão por detrás da contradição entre as declarações de intenções e as decisões de Merkel. A globalização europeia das garantias bancárias é um exemplo disso. Sem essa globalização os alemães continuarão a gozar o escandaloso benefício de juros a taxas negativas da sua dívida pública, mas é impossível que essa regalia imperial possa perdurar por muito tempo.
Não há úberes inesgotáveis.
Não sendo provável que esteja a considerar chocar uma renovação de mandato, Barroso tem a oportunidade e o dever de ir mais além e denunciar os objectivos que estão por detrás da contradição entre as declarações de intenções e as decisões de Merkel. A globalização europeia das garantias bancárias é um exemplo disso. Sem essa globalização os alemães continuarão a gozar o escandaloso benefício de juros a taxas negativas da sua dívida pública, mas é impossível que essa regalia imperial possa perdurar por muito tempo.
Não há úberes inesgotáveis.
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