Nicholas Kaldor, nascido na Hungria, mas um dos mais proeminentes economistas de Cambridge do pós-guerra, citado aqui, daqui, considerava em 1971 que pensar que “a união económica e monetária pode preceder a união política” é um “erro perigoso”. Talvez Kaldor tenha acertado. E daí, poderemos concluir que seria possível construir uma união europeia começando pela edificação de uma união política? Os teóricos das ciências sociais são frequentemente propensos a enlearem-se nestas experiências irrealizadas de resultados irrebativelmente magníficos.
Que os problemas que abalam hoje a União Europeia, e, muito particularmente, a Zona Euro, só podem ter solução política, só não vê quem não quer ver. Mas olhar quarenta anos para trás, e tirar do armário uma afirmação, talvez acertada mas inconcretizada, só lembra a coleccionadores de barcarolas com rendimento de investigação social garantido.
Porque a história política da Europa é uma narrativa de conflitos alargados quase permanentes, intercalados por raros e curtos períodos de paz, onde nos períodos mais sangrentos alguns tentaram colocar o continente inteiro sob a sua alçada. Falharam todos, sempre derrotados por um se qualquer.
Se a união económica tivesse sido precedida da união política europeia outro galo nos cantaria agora. Quem tem dúvidas? Mais: quem é que alguma vez as teve? Obviamente, a questão é outra: Como é que se poderia conseguir uma união política, unindo aquilo que séculos e séculos de história tinham mostrado não ser unificável nem às leis da espada ou da bala? Batendo as palmas e convencendo com um discurso e peras os irredutíveis renitentes? Alguém, com um mínimo sentido político, acredita nisso?
A União Europeia ou se une por linhas já tortas ou não se une. Os europeus deparam-se hoje com um risco enorme: o de aceitarem pela força de circunstâncias o que noutras circunstâncias nunca aceitaram pela força das armas.
Dirão alguns: E por que não voltarem os europeus a desunidos como sempre?
Os fundadores dos alicerces da União quiseram com a obra evitar mais guerras em solo europeu.
Um erro perigoso, o deles?
A única resposta válida só poderá ser dada agora pelos europeus em referendo à volta de um projecto de constituição federativo mínimo.
Se a união económica tivesse sido precedida da união política europeia outro galo nos cantaria agora. Quem tem dúvidas? Mais: quem é que alguma vez as teve? Obviamente, a questão é outra: Como é que se poderia conseguir uma união política, unindo aquilo que séculos e séculos de história tinham mostrado não ser unificável nem às leis da espada ou da bala? Batendo as palmas e convencendo com um discurso e peras os irredutíveis renitentes? Alguém, com um mínimo sentido político, acredita nisso?
A União Europeia ou se une por linhas já tortas ou não se une. Os europeus deparam-se hoje com um risco enorme: o de aceitarem pela força de circunstâncias o que noutras circunstâncias nunca aceitaram pela força das armas.
Dirão alguns: E por que não voltarem os europeus a desunidos como sempre?
Os fundadores dos alicerces da União quiseram com a obra evitar mais guerras em solo europeu.
Um erro perigoso, o deles?
A única resposta válida só poderá ser dada agora pelos europeus em referendo à volta de um projecto de constituição federativo mínimo.
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