Segundo contas de um relatório, citado aqui, do Instituto de Investigação Económica de Munique de há um mês atrás, será mais caro para a Alemanha e a França manterem a Grécia no euro que expulsá-la: no primeiro caso, os dois países perderiam um total de 155 000 milhões de euros, no segundo, 144 000. A diferença (11 mil milhões) entre segurar a Grécia e deixá-la cair é, segundo o prestigiado (qualificativo do El País) instituto alemão de cerca de 7,6%! Aqueles que defendem esta última opção consideram que já estão preparados para o pior, basicamente desfazendo-se de posições em dívida grega e desinvestindo no país.
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Não faço a mínima ideia de quais os critérios adoptados pelos investigadores do IIEM para calcularem os valores que resumem os resultados do relatório mas, quaisquer que eles sejam, as conclusões são sobremaneira revelantes da miopia política avançada que atacou a Europa e a faz deambular desnorteada e trôpega, ameaçando estatelar-se de um momento para o outro.
Só por miopia política extrema se atreve alguém, por mais prestigiado que seja, a concluir que por 11 mil milhões de euros (menos de dois BPN!), franceses e alemães farão um bom negócio se abandonarem a Grécia entregue ao seu destino, atirada para os braços que lhe estenderão a leste. Só por cegueira política total é possível supor que a queda da Grécia é possível sem danos colaterais de consequências incalculáveis, porque não há investigadores, por mais geniais calculadores que sejam, que possam avaliar todas as consequências de um desmembramento da União Europeia que a saída da Grécia pode espoletar.
Obviamente, estes relatórios nunca são inconsequentes nem inocentes nas suas intenções, e são estas que encaminham as conclusões pretendidas por mais que reclamem os autores a sua independência.
Obviamente, estes relatórios nunca são inconsequentes nem inocentes nas suas intenções, e são estas que encaminham as conclusões pretendidas por mais que reclamem os autores a sua independência.
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