Um em cada cinco norte-americanos acredita que Obama é muçulmano.
E este resultado foi obtido a partir de um inquérito realizado antes de Obama se ter mostrado favorável à construção de uma mesquita nas imediações do Ground Zero, o local onde se encontravam as Twin Towers abatidas pela Al-Qaeda em Setembro de 2001.
E este resultado foi obtido a partir de um inquérito realizado antes de Obama se ter mostrado favorável à construção de uma mesquita nas imediações do Ground Zero, o local onde se encontravam as Twin Towers abatidas pela Al-Qaeda em Setembro de 2001.
Este e outros resultados surpreendentes (ou nem tanto) estão aqui.
Quando li esta notícia, publicada anteriormente também no Washington Post no dia 18, perguntei-me: E quantos portugueses acreditam que Cavaco Silva é favorável aos casamentos entre homosexuais?
Não sabemos. Mas, provavelmente, o número de pessoas que fazem uma interpretação errada da promulgação pelo actual PR da lei do casamento gay, considerando-o alinhado ao lado dos que a votaram favoravelmente não será percentualmente inferior aos norte-americanos que consideram Obama muçulmano.
Amartya Sen, Prémio Nobel da Economia em 1998, analisa em "Identity and Violence" a natureza dos confrontos sociais determinados por induzidas ou propositadas confusões identitárias, por oposição à inevitabilidade dos choques entre civilizações admitida por, entre outros, Samuel P. Huntington em The Clash of Civilizations.
Escreve Amartya Sen, a propósito do alcance perverso da atribuição de uma identidade a alguém objecto de perseguição de qualquer natureza:
"The foundations of degradation include not only descriptive misrepresentation, but also the illusion of a singular identity that others must attribute to the person to be demeaned. "There used to be a me," Peter Sellers, the English actor, said in a famous interview, "but I had surgically removed.". That removal is challenging enough, but not less radical is the surgical implantation of a "real me" by others who are determined to make us different from what we think we are. Organized attribution can prepare the ground for persecution and burial"
Não sabemos. Mas, provavelmente, o número de pessoas que fazem uma interpretação errada da promulgação pelo actual PR da lei do casamento gay, considerando-o alinhado ao lado dos que a votaram favoravelmente não será percentualmente inferior aos norte-americanos que consideram Obama muçulmano.
Amartya Sen, Prémio Nobel da Economia em 1998, analisa em "Identity and Violence" a natureza dos confrontos sociais determinados por induzidas ou propositadas confusões identitárias, por oposição à inevitabilidade dos choques entre civilizações admitida por, entre outros, Samuel P. Huntington em The Clash of Civilizations.
Escreve Amartya Sen, a propósito do alcance perverso da atribuição de uma identidade a alguém objecto de perseguição de qualquer natureza:
"The foundations of degradation include not only descriptive misrepresentation, but also the illusion of a singular identity that others must attribute to the person to be demeaned. "There used to be a me," Peter Sellers, the English actor, said in a famous interview, "but I had surgically removed.". That removal is challenging enough, but not less radical is the surgical implantation of a "real me" by others who are determined to make us different from what we think we are. Organized attribution can prepare the ground for persecution and burial"
2 comments:
Um em cada cinco americanos assiste à FOX News e, só, à FOX News...
Quanto aos portugueses, quantos deles é terão assistido a um noticiário ou lido um jornal a não ser para se manter a par do mundo futebolistico?
I wonder...
"Quanto aos portugueses, quantos deles terão assistido a um noticiário ou lido um jornal a não ser para se manter a par do mundo futebolistico?"
O futebol continua a ser rei e senhor das preocupações lusas, sem dúvida.
Mesmo de muita gente bem informada noutras matérias.
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