Nuno Garoupa
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Ao contrário do patusco patriotismo do Procurador-Geral da República, é amplamente reconhecido pelos relatórios internacionais que a justiça portuguesa é lenta e ineficaz (certamente pior que outras justiças europeias). A novidade do recente relatório da Transparency International é que vem dizer que, na área do combate à corrupção, a justiça portuguesa faz bem pouco. Dizem mesmo que o Ministério Público não é politicamente independente, mal organizado, sem os conhecimentos técnicos adequados, sem um modelo de investigação criminal efectivo (páginas 13 e 51-52 do relatório). Evidentemente que os intelectuais do regime, como sempre, logo vieram falar do desconhecimento da organização internacional e da excelente situação que temos. A quem querem enganar? A bem dizer, as organizações internacionais andaram de facto mal informadas durante muitos anos. Consideravam a justiça portuguesa ineficaz mas politicamente independente quando já não era essa a percepção geral em Portugal, nomeadamente nos crimes de colarinho branco. O que está a acontecer é que pouco a pouco a percepção generalizada muito negativa em Portugal se está a estender para as organizações internacionais. Deste tema vamos ouvir mais péssimas notícias nos próximos anos.
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