O PR, a propósito da intenção de apresentação de uma proposta de revisão constitucional (não passa disso por enquanto, ainda que para o PCP já seja uma ameaça, segundo o seu líder), não poderia dizer nem mais nem menos do que disse: ainda não está aberto o período em que essa discussão pode ser feita na AR; ainda não foi apresentada qualquer proposta na AR; a revisão exige um consenso amplo de pelo menos dois terços dos votos expressos pelos deputados.
Dizer menos que isto, só se não dissesse nada. É inócuo o que disse? Talvez. Mas não é perturbador e o PS, pela voz do seu líder parlamentar, reconheceu mesmo que é conciliador. Arredada a questão da proposta de revisão, que ainda não existe, do PSD (que Sócrates invocou apenas por razões tácticas, para não dizer demagógicas) o que é importante é que haja consenso sobre o OE para o próximo ano.
Dizer mais que isto seria interferir na discussão pública o que, manifestamente, não é consentido ao PR e que, se o fizesse, aí sim, seria imperdoável.
Podemos gostar ou detestar CS. O que não podemos é pretender que ele seja isento e ao mesmo tempo participante na discussão política. Manuel Alegre pretendeu que CS se pronunciasse sobre o projecto do PSD imediatamente após a saída mais ou menos desastrada daquela intenção e dos seus contornos.
Mas CS, que tem defeitos, sem dúvida, não é asno a ponto de se perder nesses couvais. Para grande arrelia de quem o detesta.
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