Missa em Igreja Reformadora. A Oficiante, na casa dos quarenta, de toga preta, recebia os crentes ou convidados à entrada da Igreja. Da prédica, em alemão, não entendi senão algumas, poucas, palavras soltas. Os cânticos acompanhei-os em surdina. No final, houve comunhão com distribuição de um pequeno pedaço de pão e de um cálice de sumo de uva a cada um dos presentes. À saída, voltou a Oficiante a saudar os participantes.
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Durante a vida já entrei em igrejas católicos, ortodoxas, protestantes de várias tendências, sinagogas, mesquitas, templos hindus e outros orientais. Se nunca assisti a celebrações religiosas em sinagogas ou mesquitas foi porque a entrada estava vedada a não seguidores. Já participei em cerimónia onde balbuciei em sânscrito segundo as indicações de um ponto sentado a meu lado. Se Deus é único deve estar satisfeito com a minha pluralidade de presenças em locais onde O veneram.
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Quando, há já muitos anos, participei nos trabalhos de recenseamento a nível local, preenchi os formulários daqueles que o não sabiam fazer. Algumas das respostas que recolhi retive-as até hoje. A uma senhora a quem perguntei qual o estado civil respondeu-me às quatro hipóteses do questionário (solteira, casada, viúva ou divorciada) que nem uma coisa nem outra: "estava obrigada"ao "seu" Silvestre. À pergunta sobre qual a religião que professava disse que ia à Igreja Protestante por gostava dos cânticos mas também ia à Igreja Católica e contribuia regularmente com um litro de azeite para iluminar o Santíssimo. Tive alguma dificuldade em preencher o papel, que não previa nenhuma das situações.
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Há dias o João Vaz indignava-se com alguns e-mails islamofóbicos que recebeu. Qual seria a reacção daquela senhora, que há várias décadas declarou para os efeitos daquele inquérito a sua naturalidade ecuménica, se soubesse que, em nome de um livro tido por sagrado há indivíduos que se destroem voluntariamente para destruir os outros? Pensei, mais uma vez, nela ontem à noite.
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Se os tempos mudaram e o espírito das escrituras sagradas agora é outro, mudem os islâmicos de boa fé e boa vontade os textos que incitam ao ódio para que esses textos deixem de justificar os actos tresloucados dos que os intrepretam à letra. Até lá a sua passividade torna-os coniventes das acções terroristas que se pretendem justificar na leitura do mesmo livro sagrado que eles lêm. Disse-me isto, ontem, aquela senhora simples, quer vocês acreditem quer não.
6 comments:
Boa noite,
"mudem os islâmicos de boa fé e boa vontade os textos que incitam ao ódio."
Não podem.
Os maus são muito, mas muito mais que os bons, o que na devida percentagem faz com que sejam todos maus. (fiz as contas à moda dos economistas que dizem que isto está a melhorar).
Portanto sendo todos maus, para que vão mudar umas frases que dão cobertura "sagrada" ao mal que praticam e mais o que anseiam praticar?
E sabe porque não praticam todo o mal que querem ?
Porque não podem.
Se não já estava. Metade do planeta escorria sangue.
Sim , foram são os islâmicos que bombardeiam populações civis com fósforo branco; são os mesmos que inventaram Auschwitz; o arquipelágo de Gulag era liderado por um Mufti; as florestas vietnamitas foram desfolhadas por químicos saídos de laboratórios sírios; a bomba atómica lançada em nome de Alah; o massacre de Nanking da autoria do Paquistão...aliás, os maiores crimes da humanidade (escravatura, genocídio, destruição do ambiente...) estão unicamente associados ao mundo árabe e islâmico. A grande ameaça...os judeus, nem sequer são pessoas, a fonte de todo o mal !
Parece-me propaganda NAZI dos anos 30.
Os atentados suicidas com sacrifício da própria vida são incompreensíveis para nós, que vivemos um mundo do hedonismo e baseado no eu próprio.
Este post anterior do Antonio é uma mostra da ignorância e do ódio ao outro, muito típico de um modo de ver o mundo, mas que é incapaz de ver para além das notícias da TV.
Sr. Vaz,
Até ao dia de hoje não o conhecia de lado nenhum.
Pretendo que assim continue a ser.
Meta-se na sua casota.
Meus caros,
A tolerância começa, salvo erro, por abdicar da retaliação.
Se assim for, e vejo difícil que assim não seja, a invocação do passado, mais remoto ou mais recente, nunca é boa conselheira para a apreciação dos casos presentes.
E, a verdade é que, no momento presente o mundo continua ameaçado de terrorismo que bebe nos versículos escritos no sec. VII da era cristã (ou do sec. XIV, salvo erro) da era muçulmana a bondade dos seus actos.
Há outros terrores e outros terroristas no momento presente? Certamente que há. Mas não podemos justificar uns com os outros. Devemos condená-los todos. Todos os que atentam contra a vida de inocentes vivam eles onde viverem ou estejam onde estiverem.
Salvo melhor opinião.
Só esclareço que a minha casota é esta , está aqui figueiranafoz.blogspot.com
O anónimo ANTONIO tem pelo menos uma casota identificável ?
A ameaça do terrorismo islâmico é uma "brincadeira de crianças" quando comparada com as alterações climáticas, acumulação de armas nucleares e convencionais, a pobreza, ou a perspectiva de termos daqui a uns tempos uma Sarah Pallin na presidência dos EUA.
O terrorismo está a ser combatido onde mais dói ? As transacções financeiras são controladas ? a dependência da Arábia Saudita e do petróleo vai continuar ? o Paquistão está a combater as Madrassas ? o apoio ao Afeganistão é só militar ?
Quantos civis iraquianos e afegãos foram mortos pelas tropas dos EUA e da NATO nos últimos 7 anos ? E quantos mortos ocidentais causou o terrorismo islâmico ? Quem apoio Bin Laden e os Taliban (Mujaidin) durante dezenas de anos (foram os EUA e seus aliados...) ?
Quando se resolverá o problema da Palestina ?
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