Saturday, January 30, 2010

TABU MILITAR

Quando comecei a ler este seu artigo supus que ele se iria encaminhar para uma pergunta primordial mas que ninguém faz: Para que queremos nós forças armadas?
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A sua proposta, em certo sentido, implica aquela pergunta, mas não lhe responde.
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E não responde porque as forças armadas custam muito dinheiro aos contribuintes (não tenho agora presente o valor orçamentado para este ano mas recordo-me, ainda não há muito tempo, ter lido que se equivalia ao custo para o OE do ensino superior), os portugueses não sabem nem quanto custam nem para que servem, mas é assunto tabu. Curiosamente, nem o BE nem o PCP lhes pegam. Talvez porque implicaria algum juízo acerca dos limites das atribuições do Estado, uma coisa que eles têm por sacrossanta.
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A sua proposta não põe em causa a dimensão das forças armadas (é muito insistente, aliás, na ideia de que dela não resultariam acréscimos de encargos, mas não contempla a hipótese de os reduzir) simplesmente pretende reconverte-las em quartéis de bombeiros altamente especializados. Uma ideia generosa, sem dúvida, mas se lha acarinhassem e passassem as forças armadas (de bombeiros, neste caso) a bombeirar e a não bombardear, a pergunta subsistiria: Quanto devemos dedicar (do nosso OE roto) à causa da ajuda internacional?
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Por outro lado, ocorre-me perguntar, porque razão continuam expectantes e desaproveitados, espaços afectos às forças armadas, mas de onde apenas subsistem como testemunho de uma actividade castrense do tempo da outra senhora umas guaritas esfarrapadas? Refiro-me, por exemplo, a todo um enorme quarteirão, em Lisboa, que de um lado confronta com a Rua Artilharia 1. Sabe?
Há tempos ouvimos que o então Ministro da Defesa tinha decidido vender alguns destes espaços (não sei se também aquele) para financiar com o produto da venda o reequipamento das forças armadas. Para quê? Por onde andam os submarinos? Há tempos li que não sabem muito bem a que acções se devem dedicar. Submergiram? Também se falou de umas contrapartidas repartidas em comissões partidárias? Ainda mexem?
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Estou ciente que as minhas dúvidas são mais inocentes que a sua proposta. Mas, que diabo, se dão provimento à sua ideia, provavelmente demasiado inovadora, deveriam pelo menos responder às minhas dúvidas, (sou contribuinte com os impostos em dia) que não envolvem dispêndios nem reconversões drásticas.
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Que lhe parece?

2 comments:

António said...

Que lhe parece?
A mim?
A mim parece-me que temos tralhas a mais.
Só na vigilância marítima há três: Marinha, Guarda Republicana ou brigada fiscal (que é dos da GNR)e Polícia Marítima. Volta e meia andam à fogachada uns aos outros,as comunicações entre si não funcionam, quase como se uns falassem franciú e outros esquimó, com togolês pelo meio.
Queixam-se da falta de meios, mas não aproveitam os poderosos e velozes meios confiscados aos traficantes, que estão por tudo que é porto, a apodrecer.
A força aérea e os navios fazem falta para salvamentos. Pouco mais.
AS tropa terrestre serve para fazer brilharetes mandando-os ganhar uma boas massas para o Af-ganistão e a Jug-oslávia.
Mas há muito mais coisas inuteis e que só servem para mamar da teta do tesouro: As fundações.
É tudo a sacar. Mais as comissões para tudo. Algumas delas criadas para tais inutilidades, formadas por inuteios e que nem se dão ao trabalho de alguma vez terem reunido! É muita gente a sacar.
Vai-me dizer que os partidos são uma coisa muito util à democracia.
Concordo, mas se for para o bem da Democracia, o que não é o caso local, nem actual. Nem será.
Por agora estou a ficar enjoado e melhor para por aqui.
Muito se rouba em Portugal.
Inutilidades, tralha e lixo, e o que mais temos. E cada dia há mais.

rui fonseca said...

Pois também me parece, António.
Sugiro-lhe, se me permite, que comente isto mesmo no artigo do H Neto no blog da Sedes.