Thursday, January 28, 2010

LADRÕES E POLÍCIAS - 2

O professor do ISEG (Duque) afirmou ontem que acha que o governo empolou os valores de défice de 2009 para, assim, poder apresentar um resultado de consolidação em 2010 mais expressivo. O professor do ICS, no seu blogue, escreve que os jornalistas deveria perceber que “é preciso que os media comecem a ter isso em consideração. Não se chama um oftalmologista para falar do último avanço na cura do reumatismo. Bem sei que o povo gosta de sangue e de ouvir dizer mal do governo. Mas há vida para além desse gosto. E, garanto-vos, dá gosto ouvir boa análise económica. A mim pelo menos dá”.
A ideia de défice empolado foi também defendido por economistas da Universidade Católica, escreve também hoje o Negócios. O ministro das Finanças disse hoje que essas suposições são uma
tonteria (aqui)
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Professor P.L.,,
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Não sou, evidentemente, advogado de defesa neste caso nem de nenhum outro de idêntico foro.
O que me parece, contudo, é que, não tendo ouvido o seu colega João Duque, mas baseando-me apenas na sua transcrição no post apagado mas ressuscitada no blog que agora cita, há algo de exagerado na sua ciosidade especialista.
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Porque o défice foi agravado, sem dúvida, pelas circunstâncias excepcionais da crise global, mas também pelo aumento de 2,9% ao funcionalismo público num ano que se sabia ia ser de contracção.
É preciso ser especialista de alguma coisa para afirmar isto?
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É preciso ser economista para perceber que, por via administrativa, o sector dos não transaccionáveis (sei que o professor não gosta do termo mas a realidade existe e tem de ter um nome) onde se inclui a função pública, mas também os monopólios de facto, com preços regulados ou subvencionados, retiram ao sector dos transaccionáveis parte uma parte da riqueza proporcionalmente superior à riqueza nacional globalmente criada?
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Repare que de uma penada, perdoe o plebeismo, o governo comprou muitos votos à custa do aumento défice. Ou não?

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