Ontem, abriu o ano judicial. Não se percebe bem porque é que a justiça abre e fecha, sobretudo quando se atrasa e nos confunde em cada dia que passa.
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Abre-se a justiça como se abre a caça. Mas enquanto há cada vez menos caça, há cada vez á mais processos judiciais por caçar.
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Ainda se mudassem os discursos de abertura valia a pena abrir o ano. Mas, não senhor. É todos os anos a mesma história: o PR diz o que (quase) toda a gente diz, o PGR quer mais meios, o bastonário não quer que os senhores advogados sejam incomodados. Se os outros oradores disseram alguma coisa não se sabe da notícia.
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O certo é que a justiça funciona em autogestão feudal (sempre andou, mas agora os tempos são outros e a justiça não deu por isso): ninguém é responsável pelos resultados do conjunto. E não é por falta de meios, senhor PGR. A justiça em Portugal dispõe de meios humanos que não são (pelo menos quantitativamente) menos do que aqueles que, em média, estão ao dispor dos seus congéneres europeus.
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Enquanto esta situação se mantiver, isto é, enquanto o PR disser o que (quase) toda a gente diz, mas não se souber para quem fala o PR, não haverá meio de mudar o discurso. E já se sabe: se nada se altera continua tudo na mesma.
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E quem é que pode alterar? Vejo os senhores juizes a olhar os senhores deputados, os senhores deputados a olhar o Governo, o Governo a olhar o Ministério Público, o Ministério Público a olhar os juizes, e temos a volta dada sem que ninguém faça nada.
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Para o ano haverá mais do mesmo.
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Presidente critica Justiça e alerta para falta de credibilidade no Estado de direito
Como devolver credibilidade à Justiça?
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