Ligo a TV e passo, por acaso, pela TVE. Estão a dar em directo o "encierro" deste ano, em Pamplona, que inaugura as festas de San Fermin. O "encierro" não dura mais que um breve par de minutos mas entre entrevistas antes e entrevistas depois, acompanhadas de repetições ao retardador, faz a TVE um programa que está a ser visto por milhões de aficcionados e curiosos. Em Pamplona, mais do que os touros, são idolatrados aqueles que correm à frente deles. E, tanto mais, se há feridos mandados pelos chifres dos animais para os hospital. Esta manhã não houve feridos, os touros mostraram timidez pouco conveniente a um programa televisivo.
.Em Madrid, há dias, o idolatrado foi outro: o futebolista mais caro do mundo, no momento em que chegou ao pódio para ser venerado por dezenas de milhares de adoradores, já tinha vendido quase cem mil camisolas. É o delírio da camisola, o do futebol ver-se-á mais tarde.
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Na Suíça, o ídolo é Roger Federer. Voltou a número um do ranking mundial e já bateu o que havia a bater. Para os suíços, Roger é a sublimação da perseverança, do trabalho, do método e da modéstia que caracterizam os helvéticos.
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Em Los Angeles, a idolatria atinge o clímax global por um ídolo morto. Se este delírio universal é sintoma de um modelo a que aspiram os seus adoradores, o mundo caminha a passos largos para a desconstrução do homem.
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Chegará a Idade dos Transformers, e o fim dos bezerros de ouro.
4 comments:
Caro Rui,o mundo estará perigoso ou nós não vamos com ele?
-os touros de Pamplona estão uns covardes estraga festas
-33 minutos foi o tempo dedicado pela RTP à apresentação do Cristão (à portuguesa)Reinaldo.Qual o critério jornalístico pergunto-me eu.Para os que gostam de futebol (eu gosto)só me interessa ver o rapaz a jogar.Para os que gostam de boas palestras devem estar satisfeitos com a oratória brilhante do Florentino ou ter desmaiado com o emplogante improviso do homenageado.Ainda se ao menos a TV nos tivesse mostrado umas espanholas de arregalar os olhos...
-Sobre o(s) triste(s)espectáculo(s)
televisivo(s) da vida e morte do inenarrável americano Miguel o melhor é estar calado.Só penso no modelo que apresentamos aos nossos jovens para sua orientação.Mas enfim,evoco a sabedoria da minha avó analfabeta: este mundo está perdido.
Os artigos mais lidos do Daily Telegraph diz muito:
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http://www.telegraph.co.uk/
Para além da ave extinta, outra 'ave' extinta Michael Jackson , Michael Jackson, Michael Jackson , Michael Jackson , Michael Jackson é o que desperta o interesse dos leitores.
Por cá, Michael Jackson entremeado com Ronaldo, Ronaldo, Ronaldo, uns casos de gripe A e mais umas fraudezitas que vêem a lume (quando os ossos começam a ser poucos os cães começam a morder-se uns aos outros).
Entretanto no G8, Berlusconi faz-se acompanhar de uma jovem ex-modelo/stripper, Jin Tau volta a correr para casa onde andam a matar manifestantes às centenas (não se sabe ao certo quantos) e Obama de mão dada com Sarkozy com a Merkl a assistir aparecem a rir, a bom rir.
Reunidos numa cidade destruída, com um desemprego e falências galopantes nos seus países, o clima cada vez mais imprevisível (até parece que o serviço meteorológico foi invadido por alguns economistas) fizeram-me lembrar da piada da hiena.
Riem de quê?
"este mundo está perdido"
Caro Francisco,
Para a semana vamos tentar encontrá-lo.
Abç.
"Riem de quê?"
De nervoso.
Os nervos também dão para rir.
Não vejo outra razão.
Há dias, vinha de Casablanca para Lisboa num avião com algumas cadeiras partidas e um aspecto, em geral, lamentável.
Um grupo de portugueses, ironizava a propósito do mau estado do aparelho, e eu perguntei a um deles, que viajava a meu lado, porque se ria ele.
Repondeu-me: O que é que quere que eu faça? Que chore?
Deve ser o mesmo sintoma.
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