Uma das questões que mais divide os liberais é a homosexualidade. Tal como o aborto, a homosexualidade fractura o bloco liberal libertário por onde as convicções são mais frágeis: os comportamentos sociais. O tema tem sido debatido vezes sem conta nos blogs da direita liberal e nada liberal, quando o tema exorbita do liberalismo económico.
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Em Vento Sueste, Miguel Madeira foi pescar a Portugal Contemporâneo a visão histórica (as visões de Pedro Arroja são sempre históricas) sobre a racionalidade do preconceito que discrimina a homosexualidade.
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Pedro Arroja escreve "[a] atitude racional em relação à homossexualidade está, portanto, do lado do preconceito, que implica a sua rejeição como regra geral de comportamento - não a sua aceitação".
A mim (Miguel Madeira) parece-me que a "atitude racional em relação à homossexualidade" seria:
- Por parte dos homens, aceitarem (ou até estimularem) a homossexualidade masculina e terem repulsa pela feminina
- Por parte das mulheres, serem indiferentes à homossexualidade (antes que me perguntem se não seria de esperar que as mulheres tivessem uma atitude simétrica à dos homens, relembro que o recurso escasso no processo de acasalmento e procriação são as femêas, não os machos)
A mim até me parece que os preconceitos sociais tradicionais até são um bocado inversos do que seria racional.
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Comentei:
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As conclusões do Arroja são sempre marcadas pela sua conhecida presumida capacidade de justificar tudo à sua maneira.
As conclusões do Arroja são sempre marcadas pela sua conhecida presumida capacidade de justificar tudo à sua maneira.
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De qualquer modo penso que, se a rejeição da homosexualidade não se justifica por razões de sobrevivência (um macho pode sempre acasalar com várias fêmeas e a homosexualidade nunca foi uma predisposição preponderante) também não pode concluir-se que seja o preconceito uma aberração à lei da oferta e da procura.O preconceito radica, sobretudo, na atitude que é comum a todos os machos: A de mostrar às fêmeas a estatura da sua masculinidade. Ora uma companhia ou proximidade homosexual pode sempre induzir a ideia de um comportamento semelhante. Daí a rejeição. Já a inversa não é verdadeira: a homosexualidade feminina não induz, aos olhos dos machos, menor feminilidade por parte da vizinhança.
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O factor fundamental de discriminação é um preconceito que decorre, portanto, de uma necessidade de afirmação de masculinidade. Quando a necessidade dessa afirmação não se coloca porque a vizinhança tem outras referências mais valorizáveis (poder, por exemplo) o preconceito não funciona:
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"The mightiest kings have had their minions:
Great Alexander loved Hephaestion,
The conquering Hercules for Hylas wept,
And for Patroculus stern Achiles drooped.
And not kings only, but the wiset men:
The Roman Tully loved Octavius,
Grave Socrates, wild Alcibiades..."
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"Edward II"
Cristopher Malow (1564-1593)
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