"Quem cabritos vende e cabras não tem, de algum lado de lhe vem" (Aritmética Elementar)
Anteontem foi notícia o recorde atingido em leilões de arte por um dos 28 trípticos de Francis Bacon, "Three Studies of Lucien Freud" (1969,) pela assombrosa soma de 142,4 milhões de dólares, qualquer coisa como 106 milhões de euros.
Anteontem foi notícia o recorde atingido em leilões de arte por um dos 28 trípticos de Francis Bacon, "Three Studies of Lucien Freud" (1969,) pela assombrosa soma de 142,4 milhões de dólares, qualquer coisa como 106 milhões de euros.
No mesmo dia "Balloon dog (Orange)", uma escultura da série "balloons" de Jeff Koons foi vendida por 58,4 milhões de dólares, uns 43 milhões de euros, tornando-se a obra mais cara vendida em leilão de um artista vivo.*
Hoje é notícia um novo recorde de obras de Andy Warhol: "Silver Car Crash (Double Disaster) (1963) foi arrematado ontem por 105 milhões de dólares, quase 80 milhões de euros.
Explicações para este fenómeno de crescimento exponencial dos preços da arte contemporânea há várias. Os jornais de ontem apontavam várias, algumas coincidentes, outras nem tanto. A que me parece mais convincente é aquela que atribui a compra (por gente anónima) a intuitos de branqueamento de capitais. Pode não ser verdade mas é difícil encontrar outra tão verosímil.
Quando, em Portugal, durante os dez, doze anos, que antecederam a emergência dos indicadores da crise, ficava abismado com a exuberância do crescimento de consumo supérfluo e de investimento público que me parecia sem sustentação económica racional, dizia-me o DJ que tudo aquilo só podia estar a ser sustentado pelo negócio da droga e outros negócios correlativos. E, afinal de contas, não exagerava, ainda que o alcance das suas palavras não fosse esse, se hoje considerarmos que, para além do tráfico de droga tout court, houve um tráfico de crédito importado que drogou a economia portuguesa, actuando os banqueiros como traficantes.
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Correl - Um estudo da Faculdade de Farmácia de Lisboa detetou uma presença de cocaína nas águas residuais da capital que mostra um elevado consumo desta droga na cidade, mais concretamente uma dose diária de 0,1 grama por 50 pessoas. Esta foi a primeira análise em Portugal à presença de metabolitos de cocaína nas águas residuais.[RTP]
Os multimilionários portugueses são mais e estão cada vez mais ricos [P]
Segundo o relatório da UBS : World Ultra Wealth Report, apesar da crise, eles não ficaram para trás da restrita frente crescentemente multimilionária. São, obviamente, aqueles que integram esta frente que investem à vara larga. Cá, como lá.
Note-se que um multimilionário da base (aquele que não tem muito mais que 25 milhões de fortuna), mesmo que alienasse tudo o que tem não poderia comprar mais que meio dog do Jeff Koons. Um pelintra, no fim de contas.
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* Jeff Koons é, além de outros dogs, também o autor de Puppy, a mascote do Guggenheim de Bilbao. Que não está venda. Pelo menos, por enquanto.
Quando, em Portugal, durante os dez, doze anos, que antecederam a emergência dos indicadores da crise, ficava abismado com a exuberância do crescimento de consumo supérfluo e de investimento público que me parecia sem sustentação económica racional, dizia-me o DJ que tudo aquilo só podia estar a ser sustentado pelo negócio da droga e outros negócios correlativos. E, afinal de contas, não exagerava, ainda que o alcance das suas palavras não fosse esse, se hoje considerarmos que, para além do tráfico de droga tout court, houve um tráfico de crédito importado que drogou a economia portuguesa, actuando os banqueiros como traficantes.
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Correl - Um estudo da Faculdade de Farmácia de Lisboa detetou uma presença de cocaína nas águas residuais da capital que mostra um elevado consumo desta droga na cidade, mais concretamente uma dose diária de 0,1 grama por 50 pessoas. Esta foi a primeira análise em Portugal à presença de metabolitos de cocaína nas águas residuais.[RTP]
Os multimilionários portugueses são mais e estão cada vez mais ricos [P]
Segundo o relatório da UBS : World Ultra Wealth Report, apesar da crise, eles não ficaram para trás da restrita frente crescentemente multimilionária. São, obviamente, aqueles que integram esta frente que investem à vara larga. Cá, como lá.
Note-se que um multimilionário da base (aquele que não tem muito mais que 25 milhões de fortuna), mesmo que alienasse tudo o que tem não poderia comprar mais que meio dog do Jeff Koons. Um pelintra, no fim de contas.
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* Jeff Koons é, além de outros dogs, também o autor de Puppy, a mascote do Guggenheim de Bilbao. Que não está venda. Pelo menos, por enquanto.
1 comment:
vale a pena arriscar algumas opinioes sobre este acumular de riqueza e os gastos em "arte" assim o mostram e distorções que proletarizam e empobrecem demais milhoes sem que se note reação dos poderes instituidos. A ser real o que se afirma do aprisionamento do poder pelo economico teremos que noa socorrer dos experts para encontar alternativas viáveis. Já estão a tardar se olharmos para o sul europa.
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