Monday, November 11, 2013

INFLAÇÃO QB, PRECISA-SE

A zona euro precisa de níveis de inflação menos baixos. Quem o diz é Wolfgang Münchau, o irrequieto analista alemão do Financial Times, especialista em temas económicos europeus, incansável na procura de soluções que possam salvar o euro para salvar a Europa. Num artigo publicado hoje no FR - The eurozone needs to get inflation up again - Münchau começa por mostrar-se surpreendido que a decisão do BCE de redução das taxas de juro, contra a posição do Bunsdesbank, tenha sido uma surpresa para a generalidade dos analistas e agentes financeiros.
 
Na origem da decisão do BCE está a queda dos preços para níveis que, até recentemente, Mario Draghi não vislumbrava que pudessem ocorrer se não a médio e longo prazo. Para além da descida das taxas de juro dos empréstimos (manteve as taxas de juro dos depósitos), o BCE assumiu a garantia de liquidez ilimitada do sistema até Julho de 2015, criando, deste modo, um teto à subida das taxas. Por tabela, a decisão do BCE só pode vir a beneficiar a transição da gestão da dívida pública portuguesa para o pós-troica sem que, evidentemente, resolva só por si a questão da sua sustentabilidade.
 
O fantasma da inflação continua a apoquentar a sociedade alemã e as propostas de Münchau (estas e outras) continuam a ser geralmente rejeitadas pela opinião pública do seu país, que, obviamente, condiciona as posições políticas do governo de coligação, qualquer que seja o parceiro da CDU de Merkel, relativamente às políticas de maior integração europeia.
 
Resultarão deste ensaio resultados que reanimem as economias europeias, e sobretudo as financeiramente mais fragilizadas, e convençam os alemães que a inflação pode ser um factor virtuoso sem risco de se tornar incontrolável? Não sabemos. O que sabemos é que enquanto o espectro da inflação pairar sobre as cabeças alemãs a Europa continuará a derrapar para a desintegração.

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A propósito contrário: Maduro, o venezuelano, quer proibir a inflação.
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Inflação na zona euro em terreno negativo

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