Não fui eleito pela fé clubista, mas gosto de ver um jogo de futebol se o espectáculo for bom. A propósito do Suécia-Portugal, a começar daqui a hora e meia, recordo o campeonato mundial de 1958 realizado na Suécia, ganho pelo Brasil que bateu a Suécia na final por 5-2, tendo a Suécia inaugurado o marcador.
O António tinha emigrado com a família, três ou quatro anos antes para São Paulo, e enviou-me um magnífico álbum, orgulhoso da sua nova pátria.
O excrete canarinho tinha ganho a primeira copa do mundo e Pelé, então com 17 anos, a mesma idade do António, iniciava uma carreira que ainda hoje é ponto de referência de todos os grandes artistas da bola. Foi o maior de sempre? Se não foi ele, quem foi? Just Fontaine, da equipa francesa, marcou 13 golos na Suécia, e detém ainda o recorde de golos marcados numa única edição do campeonato do mundo de futebol.
Ontem foi dia de aniversário do António. Estava entusiasmadíssimo com o campeonato do próximo ano e as Olimpíadas em 2016.
-Você não vai perder isto, não?
- E, Portugal, vai?
- Não pode. Portugal não pode perder. Precisamos de Portugal na final com o Brasil.
- E nesse caso, António, por quem vais torcer tu?
- Puxa vida, vai ser difícil mesmo. Mas se Portugal nos der, aos portugueses daqui, a alegria de estar na final com o Brasil, acredito que a maioria, lá no fundo, no fundo mesmo, vai torcer por Portugal sem que ninguém à volta dê por isso.
- Pois eu, António, por agora faço votos que a frieza sueca não consiga vir a retribuir em 2014 o calor que o Brasil lhe levou em 1958.
- Não pode! Aposto que não pode!
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Pois não!
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