Friday, November 08, 2013

O FUTURO DOS PAPA GIGABYTES

Se a televisão já tinha colocado a generalidade dos cidadãos ensimesmada horas a fio em frente da "caixa que mudou o mundo", os telemóveis, e toda a gama da mesma espécie, desde os mais elementares aos mais espertos, estão a viciar a espécie humana no consumo intensivo de megabytes.
Segundo estudo realizado nos EUA - Children´s Media Use in America 2013 -, citado aqui, 38% das crianças com menos de dois anos usa smartphone. Parece incrível, mas é esse um dos resultados citados no relatório.
 
Em Portugal, a crise fez disparar o consumo médio de televisão para cinco horas e meia por dia! [P]
e, há duas semanas atrás, os portugueses correram à meia noite para as lojas para adquirirem novos iPhones [N], estando os smartphones em primeiro lugar na lista de preferências das compras de Natal[DD]. Segundo esta notícia, em 2013 o número de telemóveis no mundo será equivalente ao número de habitantes do planeta, cerca de 7 mil milhões. Segundo esta informação, em Portugal, o número médio de telemóveis era, em 2008, de 137 por 100 habitantes, um dos mais elevados da Europa, e é muito provável que aquela relação tenha, entretanto, aumentado apesar da crise. As constantes filas de espera junto aos balcões dos operadores denunciam bastante bem a crescente adoração portuguesa pelos telemóveis. Nos EUA, em 2013, a relação era de 91 telemóveis por 100 habitantes. Significa isto que, para cada 100 habitantes, em Portugal haverá hoje mais de 50% de telemóveis que nos EUA!*
 
Qual será o produto de uma sociedade futura entretida, na maior parte dos casos, a papar gigabytes?
Acabará por enjoar-se? O twitter lançou-se ontem na bolsa, tendo ultrapassado na abertura os 50 dólares por acção, caindo no fecho da sessão para 44,90 [G]. Os analistas acreditam que este nível é insustentável e as cotações irão resvalar mais. Até onde subirá a onda da moda das redes sociais, ninguém sabe.
 
O que sabemos é que as crianças, todas as crianças do mundo, tendem a mandar para o sótão os brinquedos que um dia os embeveceram. Os adultos costumam fazer o mesmo.

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*Para aqueles que acreditam, ou querem fazer acreditar, que o reequilíbrio da balança comercial é uma conquista irreversível do actual programa de ajustamento, a propensão portuguesa para a  procura desenfreada de bens importados, de que os telemóveis são apenas um exemplo, deveria suscitar uma reflexão séria sobre o assunto.

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