Já várias vezes abordei neste caderno a questão da remuneração do sector público versus sector privado, do poder de mobilização incomparavelmente superior do sindicatos da função pública relativamente à dispersão da capacidade dos trabalhadores em empresas privadas para reclamarem melhores condições de trabalho.
A disparidade de forças é enorme e não decorre apenas da capacidade da mobilização sindical mas também da enorme diferença entre obter vantagens junto de um empregador político que cede aos reclamantes porque são também seus eleitores e as receitas são-lhe proporcionadas ius imperium junto de contribuintes dispersos, e aqueles que dependem dos resultados conseguidos nos mercados. Entre uns e outros, situam-se os empregados dos monopólios de facto, geralmente remunerados em conformidade com as rendas dos empregadores e, portanto, bem remunerados.
Enquanto nos sectores transaccionáveis o crescimento das remunerações acompanha o crescimento dos níveis de produtividade atingidos, no sector público o crescimento das remunerações depende sobretudo da força mobilizada pelos sindicatos.
É a este assunto que o Economist desta semana dedica o seu editorial e uma análise que vale a pena ler aqui e aqui.
The public sector unions
The struggle with public-sector unions should be about productivity and parity, not just spending cuts
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