Sunday, January 09, 2011

É POR DEMAIS EVIDENTE

Sócrates avançou aos deputados que, em 2010, "as receitas fiscais ficaram acima do esperado, a despesa do Estado ficou abaixo do esperado e o saldo orçamental vai ser aquele que estava previsto".

As palavras caíram em saco roto, à semelhança do que tem sucedido desde o final do ano passado. Mas a verdade é que o Governo não pode fazer mais nada. "Chegou a altura de invocar a Nossa Senhora de Fátima", ironiza Jacinto Nunes, economista e ex-ministro das Finanças. "Agora é esperar e ver o que acontece na próxima quarta-feira, quando se emitirem as Obrigações do Tesouro", diz, "porque se os juros forem para os 7%, é insustentável pagar aquilo". (aqui)

A afirmação de Jacinto Nunes é benevolente, porque a probabilidade de os juros se situarem aquem dos 7% é remota numa altura em que a vinda do FMI é altamente provável.
Portugal já não tem objectivamente nenhuma hipótese de se safar pelos seus próprios meios, e passa de obsessão a insanidade querer dispensar a bóia num mar que não vai deixar de continuar fortemente encapelado.
Mesmo que, por milagre, os juros ficassem na próxima quarta-feira abaixo dos famigerados 7%.

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Hoje, 10 - ligeira descida dos juros, mas ainda acima dos 7%, resultou de ajuda do BCE.
act - Juros de Portugal em forte queda, abaixo dos 7%, com BCE agressivo nas compras.
Bagão Félix: pedir ajuda internacional é inevitável

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