O Maestro Graça Moura é acusado de peculato pelo MP de se ter apropriado de 720 mil euros de dinheiros públicos, quando estava à frente da Orquestra Metropolitana de Lisboa, de que foi presidente de 1992 a 2003, utilizando-os na compra de artigos de lingerie masculina e feminina, em compras em supermercado, vinhos, charutos, joias, viagens e obras de arte.
Os factos ocorreram, portanto, há mais de sete anos.
Logo na altura da demissão (foi substituído naquelas funções pela actual ministra da Cultura), se soube publicamente que Graça Moura se tinha apropriado de dinheiros públicos. Só agora, volvidos sete anos sobre a demissão, o MP consegue reunir provas para acusar o presumível delinquente.
Daqui a quantos anos terá sido julgado?
Se considerarmos a natureza da acusação, de confirmação documental relativamente fácil, já que a Orquestra Metropolitana de Lisboa não terá uma estrutura administrativa complexa, e a compararmos com os intrincados processos do BPN e mesmo do BPP, só poderemos concluir aquilo que muita gente dá por garantido desde a primeira hora: prescreverão todos. A justiça, além de cega, é manca.
E seria uma iniquidade relativa se Graça Moura fosse condenado a devolver aquilo de que ilicitamente se terá apropriado. Comparado com Oliveira e Costa & Cª e João Rendeiro & Cª., Miguel Graça Moura é um menino de coro.
Que, como Rendeiro, até escreveu um livro de memórias, editado em 2009.
Que, como Rendeiro, até escreveu um livro de memórias, editado em 2009.
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