Os constantes alarmes acerca da crise que o País tem de enfrentar e que este ano já se traduzirá na redução substancial do poder de compra da esmagadora maioria dos portugueses não parece assustar pelo menos uma significativa parte deles. As compras de Natal mantiveram-se aos níveis dos anos anteriores e bem acima dos observados em alguns países membros da União Europeia, com destaque para a Alemanha, da qual muitos reclamam mais ajuda e criticam a sua insensibilidade.
Uma grande parte desses consumos é importada.
Importada é também a esmagadora maioria dos automóveis vendidos em Portugal. Em Dezembro, contudo, as vendas de automóveis dispararam 61,9 % . Se é certo que o IVA aumenta este ano e os preços praticados o mês passado foram, em princípio, um pouco mais reduzidos (resta saber como reagirão agora os fabricantes e agentes este ano para sustentar as vendas) não pode deixar de registar-se a capacidade financeira disponível (própria ou emprestada) para antecipar um investimento em muitos casos não urgente.
Isto, numa altura em que os preços dos combustíveis sobem (petróleo atinge novo máximo enquanto gasolina já passa dos 150 euros em Portugal ), o que poderia induzir comportamentos mais restritivos na utilização de viaturas.
Mas já se sabe, há razões que desconhecem a crise.
O Governo poderia, e deveria, promover uma política de informação que direccionasse o comportamento colectivo no sentido de um dos objectivos que temos, incortornavelmente, que cumprir: reduzir as importações. O serviço público que pagamos todos à RTP deveria servir para isso. Serve para "O Preço Certo".
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