Na véspera do primeiro aniversário da tomada de posse de Obama, que culminou uma corrida vitoriosa iniciada no Massachusetts, o presidente norte-americano pode ser confrontado com uma derrota no mesmo Estado se o candidato republicano ao lugar vago pelo morte do Senador Edward Kennedy vencer as eleições de hoje.
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Mais do que a ironia perversa dessa derrota (Edward Kennedy, Senador durante 45 anos pelo Massachusetts - quase record -, fez da reforma da saúde, um dos pontos mais emblemáticos da campanha de Obama, a sua causa) ela teria consequências demolidoras no prestígio do actual presidente, confrontado com as críticas dos conservadores decorrentes de factores (desemprego de dois dígitos, crescimento ímpar da dívida federal) desencadeados durante a anterior administração republicana.
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Uma vitória republicana, hoje, ensombraria irremediavelmente as celebrações de amanhã. Até onde? Só daqui a três anos se saberá.
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Obama tomou posse há apenas um ano, no começo de um terramoto financeiro que ameaçou destruir o sistema global e envolvido em várias de frentes de guerra (o terrorismo é tentacular), e não dispõe, como muitos pensam, de poderes de manobra excepcionais. É, antes pelo contrário, obrigado permanentemente a compromissos que as circunstâncias impõem e que, não raro, colidem com as propostas em que acredita. O eleitorado, contudo, move-se frequentemente em função dos resultados imediatos. E esse imediatismo é mais premente quando a situação económica e social se degrada. Nestas ocasiões, as consequências fazem esquecer as causas.
2 comments:
Através de Amigos que vivem nos EUA verifico que Obama tem mais admiradores fora (Europa, sobretudo)do que no seu País.É certo que foi uma forte esperança de regeneração das políticas de G.W.Bush sobretudo na questão das guerras.Por vontade ou impotência Barack em [quase] nada tem alterado a política do seu antecessor. Talvez o esperado embaraço seja uma consequência da sua inépcia.Para mim é mais uma consequência do poderio económico, sobretudo das Seguradoras. E é preciso notar a força eleitoral local dos Kennedy; como me faz notar um amigo que vive là (e os detesta)
"Talvez o esperado embaraço seja uma consequência da sua inépcia"
Francisco,
Não creio que seja o caso. Nunca acreditei que os EUA pudessem sair do Afeganistão (e ele não prometeu isso) nem do Iraque (que prometeu mas tenho dúvidas que possa cumprir nos prazos e condições previstas).
Quanto ao programa de saúde, tentado no passado tantas vezes, nunca esteve tão perto de um sucesso, ainda que relativo.
Continuo a acreditar que ele é o homem certo para enfrentar as dificuldades que os EUA e, por tabela, o mundo.
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