Não sou anti-americano, o que sou é contra Bush e a sua pandilha, ouvia-se ou lia-se frequentemente.
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Entretanto, Obama foi eleito, e, prematuramente, nobelizado. No discurso de agradecimento do prémio não fugiu à abordagem do visível conflito de consciência que a atribuição do Nobel da Paz impõe ao presidente da maior potência mundial envolvida em duas frentes de guerra. Completará um ano de mandato no próximo dia 20.
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Entretanto, tanto internamente como no exterior, a sua estrela empalideceu. Era esperável que isso acontecesse, tanto mais que as opções militares de que Obama é o primeiro responsável não são susceptíveis de modificações súbitas e extremas. Por outro lado, a gestão da crise financeira que nasceu nos EUA e alastrou a todo o mundo nunca teria solução eficaz sem efeitos colaterais. Tudo conjugado, ninguém, por mais pintado que fosse, poderia manter intocável a sua popularidade.
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Para alguns, contudo, o discurso mantem-se: Não sou anti-americano, o que sou é contra alguns norte-mericanos.
Também eu.
E a favor de todos quem?
19 comments:
Uma coisa é ser anti-americano outra é ser contra as políticas americanas belicistas. Os grandes impérios (é da História) alimentam-se das conquistas (seja do que for). Sempre pensei que o Nobel ao Obama era prematuro, mesmo admitindo que não era uma recompensa (de quê?) mas um estímulo.Não é preciso ser um agudo analista (agora politólogo)para prever que 'esta' América não pode manter a hegemonia mundial sem uma indústria de guerra e negócios correlatos.Mas há 'outras'
Américas: a da pesquiza, do desenvolvimento,do progresso social,da igualdade de oportunidades, da justiça. E não me parece que Obama esteja fora destas preocupações (vidè a reforma da saúde).Por alguma razão Obama é mais admirado no exterior(sobretudo na Europa) do que no seu País.
Caro Francisco,
No essencial concordo contigo.
Mas não sei se concordas com aquilo a que Obama durante o discurso de agradecimento do Nobel chamou "guerra justa".
Eu concordo com ele. E tu?
Abç
Caro Rui,
Na altura escrevi(e até supunha tê-lo colocado no teu receptivo blog) o seguinte:
«Hoje Barak Obama, no discurso de agradecimento pelo prémio Nobel da paz defendeu (ironia das ironias) a guerra justa.O conceito de ‘guerra justa’ tem raízes medievais e foi defendida, juntamente com a teoria do
‘tiranicídio’ (é legítimo liquidar o ditador) pela igreja de Roma. É, a meu ver, uma teoria perigosa e completamente injustificável e, no limite, pode levar-nos à conclusão de que toda a guerra é justificável, portanto legítima.
É que, nesta lógica, pode ser justa a guerra da Alcaida (para os que a fazem é-o de tal forma que até lhe chamam ‘santa’). Porque a justiça é, como a verdade, um conceito subjectivo.
Não me custaria aceitar o conceito de ‘defesa justa’, desde que ele não implicasse a teoria de que a melhor defesa é o ataque que, bem vistas as coisas, tem sido o argumento que os americanos têm dado para todas as intervenções em países cujos regimes não lhes convêm, sejam eles próximos (Chile do Allende)ou afastados (Iraque)».
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Um dia depois da minha entrada li no ‘Bicho Carpinteiro’, do meu colega de Faculdade Medeiros Ferreira:
«Guerra justa ou necessária?
Obama não interesa ao resto do mundo pelo facto de defender «os interesses dos USA», mas por defender esses interesses de uma certa maneira mais conforme com os valores da civilização internacional. O discurso de Oslo tem a marca do circunstancial, e foi uma oportunidade perdida para falar como pessoa. Quanto às guerras, elas , no máximo, são necessárias. O conceito de guerra justa provém das religiões, e hoje sabemos o que isso significa e quem recorre a ele com outras palavras. No Direito Internacional a guerra está justificada pela legítima defesa, pela resposta a invasão ou a agressão, e outros estados de necessidade. Como as operações militares a decorrer no Afeganistão desde 2001. Sim, há oito anos».
Não foi certamente por aprendermos na mesma Escola. A verdade é que, frequentemente, concordo com as suas breves e sensatas análises.
Um abraço, acompanhado de um 'aliás'Bom Ano.
Caro Francisco,
Como sabes, o que eu tenho são dúvidas.
Quando os EUA intervieram na Europa durante a Segunda Guerra Mundial e esmagaram os nazis a sua intervenção foi justa porque foi necessária.
A intervenção no Afeganistão é necessária? E, se o for, é ou não justa?
Tenho alguma dificuldade em distinguir entre necessária e justa. Só é necessária se for justa, não?
E se for justa é necessária.
Salvo melhor opinião.
Abç e Um execelente Ano Novo para ti e para os teus.
Boa tarde.
É justa e necessária.
Mas não chega, terá de ser mais abrangente.
É justa porque não sendo justo o que os mouros, os ismlamitas, todos os itas, querem fazer ao Ocidente, é justo que façamos a justiça de os manter quietinhos. Quietos e reduzidos em numero, já que toda a mortandade que fazem entre si, não é suficiente.
Necessária, porque face à sua incapacidade de se matarem todos uns aos outros, temos de os ajudar nessa tarefa.
É, de facto, uma necessidade.
Assim sendo, é justa e necessária a intervenção do Ocidente, de toda a Europa no auxílio à despesa que corre por conta dos E.Unidos e de Israel.
A estes últimos temos de ajudar e respeitar, pelo risco que correm de ser exterminados duas vezes.
Caro António,
É muito perigoso generalizar.
Acredito que uma parte muito importante dos islâmicos é gente pacífica. É a eles que devemos apelar para que alterem as regras que motivam os outros ao terrorismo.
Sei bem que, hoje em dia,a moeda do pacifismo está muito desvalorizada. Mas eu alicercei os meus princípios éticos, que mantenho,também em Bertrand Russel.Mas quem discorda pode recorrer ao Direito internacional que, após o julgamento de Nuremberg, ilegalizou toda a agressão, apenas autorizando a guerra de legítima defesa.
Pois.
Mas o Direito Internacional, é letra morta para analfabetos voluntários.
Eu também tenho respeito e aprecio a cultura Árabe. Acho que há muito boa gente. Pena é que estejam cada vez mais em minoria e nada possam fazer quanto ao assalto dos maus.
Abomino, por exemplo os casamentos de anormais de trinta anos com meninas de oito, dez anos, a quem seviciam alarvemente enquanto não lhes chegam as regras. É doutrinado por ayatolas que a "esposa" (criança) deve menstruar já em casa do deu "marido". O que é que os "bons" fizeram relativamente a esta bestialidade?
Pouco, ou nada.
Conseguem demover os assassinos-suicidas? Não.
O que se está a passar é o avanço sobre tudo e todos da barbárie.
O fito, é a ocupação e escravização de toda a Europa. Claro que não vão fazer nada contra alguns Povos com sentido de identidade, valores e pátria. Aqui, pelo que vou vendo, vai ser como cão em vinha vindimada.
Não vai ser já, mas também não demora. Para nosso bem, já cá não estaremos para assistir, mas os nossos mais pequenitos, vão ser escravos.
Não falha.
Qual Convenção de Genebra, qual Nuremberga, qual carapuça.
Se não se fizer nada já,
vai tudo a eito.
Não falha.
"Não sou anti-americano, o que sou é contra Bush e a sua pandilha, ouvia-se ou lia-se frequentemente. "
Penso que os acontecimentos recentes provam que essas pessoas estavam a falar verdade - face as politicas do Obama que basicamente continuam as de Bush, quase ninguém reclama, ou quando reclamam é sempre no tom "a culpa foi do Bush; Obama é uma vitima das circustancias".
Um exemplo - não tive a fazer nenhuma contagem, mas não me admirava nada que nos últimos tempos o Daniel Oliveira ou o pessoal do Jugular tenham escrito menos artigos a criticar aspectos da politica externa norte-americana do que o Gabriel Silva do Blasfémias.
António
Não se fique pelos mouros.
Os Indianos também casam rapariguinhas com homens de 60 anos, matam noivas quando o dote não lhes agrada.
Os Chineses matam bebés do sexo femenino para poderem ter um filho homem, executam qualquer pessoa que se atreva a criticar o partido comunista, ou seja, o governo.
Lamento informá-lo que a Europa já foi 'invadida' pelos 'mouros' e a 'invasão' já começou há muitos anos e continua todos os dias.
(Se vivesse num qualquer país Africano devastado pela seca e/ou guerra talvez lhes seguisse o exemplo)
Considera que a melhor solução é entrar em guerra?
Qual é a sua estratégia?
Isola-los numa 'faixa de Gaza' Europeia e bombardea-los?
Considera mesmo que é bombardeando, invadindo países, matando populações civis que vai conseguir mudar mentalidades ou culturas?
(Isto para quem acredita que as guerras se fazem por motivos humanitários e não, como creio, por motivos estratégicos de poder economico)
Chata,
Quanto a barbaridades nem vale a pena irmos mais longe.
O facto de nós não o fazermos e classificar-mos como anormal quem o faz, já nos deve bastar.
Dormimos bem, é o que interessa.
Quanto à invasão que estamos a sofrer, fiquemos quietos.
As vítimas das políticas nazis fizeram o mesmo, enquanto não lhes bateram à porta.
Depois foi o que se viu.
Aquilo que eu faria se estivesse no lugar deles, deveria ser em função da situação.Se me faltar a luz em casa, não vou para a sua.
Daqui a dias começo a pescar, não estou à espera que me tragam os robalos.
Por falar em fazer alguma coisinha, o que é que os palestinianos produzem para além de desacatos, mandar katiuskas e entreterem-se a dar porrada uns nos outros?
Agricultura? Escavações, industria química (área dos explosivos).
Quem os sustenta para além de Israel?
"matando populações civis que vai conseguir mudar mentalidades ou culturas?"
Faça esta pergunta aos radicais islâmicos.
"Penso que os acontecimentos recentes provam que essas pessoas estavam a falar verdade - face as politicas do Obama que basicamente continuam as de Bush,..."
Caro Miguel,
O que é a verdade?
Não, caro Miguel, o antiamericanismo é, do meu ponto de vista, um estado de alma que entrou no espírito de muita gente e não encontra saída.
É evidente que os EUA são um império, ou se preferir, são o império na actualidade. Cairá um dia como todos os impérios, como todos os seres vivos, afinal. Cairá com certeza. Mas não é nesta certeza que se sustenta o antiamericanismo. O antiamericanismo quer a queda já.
E para quê? Para dar lugar a utro império? O chinês? Serve?
Há, apesar de tudo o que se possa
acusar o imperialismo norte-americano: é uma democracia. Por sinal aquela que possui a mais antiga constituição. De quatro em quatro anos o seu presidente vai a votos.
Nunca na história houve imperadores que se tenham submetido ao sufrágio universal.
Como acredito na resiliência da democracia, acredito na resiliência dos EUA.
"Mas quem discorda pode recorrer ao Direito internacional que, após o julgamento de Nuremberg, ilegalizou toda a agressão, apenas autorizando a guerra de legítima defesa."
Caro Francisco, as palavras traem-nos sem querermos. Referes "em legítima defesa" e eu estou totalmente de acordo contigo.
O problema são os trocos.
Repara: É legítima a presença dos norte-americanos (e não só, mas sobretudo) no Afeganistão?
Sendo lá que se refugiam os principais dirigentes da Al-Qaeda concedes que, é em legítima defesa que é lá que os terroristas devem ser combatidos?
Meu caro Francisco,
Quando Hitler invadiu os países vizinhos, os políticos europeus do ocidente encolheram os ombros e propuzeram o diálogo. Só um deles disse não. Um leão chamado Churchill. Fez os possíveis e os impossíveis para que os norte-americanos viessem safar os europeus da besta nazi.
Aliás, como sabes, foi preciso Perarl Harbour para convencer os norte-americanos a entrarem na guerra. Hoje, muita gente está esquecida disso. Ainda que a recente guerra nos balcãs nos tenha relembrado a pusilanimidade do comportamento europeu.
"Não se fique pelos mouros."
Não cara A., não tenho nenhuma animosidade contra qualquer povo.
Aliás, como sabe, os mouros são islâmicos mas não são árabes e vivem nas montanhas do Atlas. Participaram na ocupação da Península Ibérica geramente com funções subalternas. A designação ficou e foi denegrida.
Aplaudo o combate ao terrorismo, venha ele de onde vier. Porque o terrorismo é escalracho de que nunca se arrancarão todas as raízes mas se não for combatido com todos os meios acabará por dominar a seara democrática, apesar de tudo a mais agradável de cultivar.
Rui, se consideras ‘todas’ as intervenções militares como
‘legítima defesa’ corremos o risco de entrarmos no rol se lhes retirarmos as Lages!
Só depois de eu ter nascido:
-1950-Início do conflito entre República Democrática da Coréia (Norte) e República da Coréia (Sul). Os EUA participam do lado dos sul-coreanos
-1955-Aliados aos sul-vietnamitas, os americanos tentam impedir, sem sucesso, a formação de um estado comunista, unindo o sul e o norte do país
-1961-Exilados cubanos
anticastristas,apoiados pelo governo de John Kennedy, invadem a baía dos Porcos, em Cuba
-1983- o presidente Ronald Reagan envia tropas à ilha caribenha de Granada com o objetivo de impedir a expansão do comunismo na América Latina
-1986-Aviões americanos atacam uma base aérea em Sirte, cidade de Muammar Gaddafi, líder líbio
-1986- Bases militares em Trípoli e Benghazi são atacadas e civis são atingidos
-1986- o presidente George Bush, envia para o Panamá 24 mil soldados, derruba o governo e empossa Guillermo Endara.
-1991- ‘Operação Tempestade’ no Iraque
-1992-Forças militares dos EUA chegam à Somália para intervir numa guerra entre facções
-1993- é lançado um ataque contra instalações militares iraquianas como retaliação a um suposto atentado, não concretizado, contra o ex-presidente Bush, em visita ao Kuwait
-1994-Tropas norte-americanas fortemente armadas chegam ao Haiti por ar e mar.
- 2003- invasão do Iraque, com o motivo declarado, mas não confirmado, de o Iraque ter armas químicas e nucleares.
Meu caro, a expressão ‘legítima defesa’ pode servir para justificar muita coisa, mas não serei eu tão incauto que me deixe cair no engodo. Acho que deves substituir o conceito pelo de 'legítima força'
Caro Francisco,
Eu nunca considerei e lado algum, longe disso, como de legítima defesa todas as intervenções militares norte-americanas.
O que eu disse foi que me parece de legítima defesa a intervenção norte-americana no Afeganistão uma vez que ali se abrigam líderes do terrorismo mundial.
Também referi, e mantenho, que em várias situações os europeus foram salvos de regimes ditatoriais pela intervenção norte-americana.
Algumas vezes com grande renitência do povo norte-americano.
Churchill viu-se e desejou-se para convencer Roosevelt a ajudar no combate aos nazis e fascistas do Eixo.
Esquece-se frequentemente o papel dos EUA na salvaguarda da democracia na Europa.
Ainda ni caso de Timor, toda a gente neste país clamava pela ajuda Americana para salvar aquele pobre povo.
Qual a influência do Bil Clintão ( ou seja, da América)no desfecho da situação?
A memória será curta, ou convém que seja mesmo muito curta?
E, ó António, é hoje histórico que foram os americanos a apadrinhar a invasão de Timor, que foi feita quando o Kisinger regressava de avião de 'visita' à Indonésia.
Aix,
Pois foi.
Mas o que se passou no fim, com tudo, em Portugal, a chorar de cada vez que ouvia o Xanana Gusmão (um nome do caraças!) é que vem ao caso.
Houve, ou não influência dos States para pôr fim à ocupação?
Convém recordar que a Indonésia também andava aos trambolhões.
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