Se tenho uma pequena dívida ao banco e não tenho possibilidade de pagar, tenho um problema. Se a minha dívida ao banco é enorme e não a pago, o problema é do banco.
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É, muito provavelmente, na suposição da inabanável consistência desta asserção que o crescimento da dívida e do défice não parecem apoquentar por aí além muita gente responsável ou supostamente responsável. O país não fecha para obras, os bancos não vão deixar de financiar o Estado, a dívida soberana será sempre honrada. Parou a Grécia? Não parou. Parou a Islândia? Não. A Irlanda? Não. O México? Abalou mas não parou. A Argentina? Continua. A Rússia? Recuperou. É uma questão de tempo, e tudo entra nos eixos. Se os alemães querem um euro forte têm de aguentar os mais fracos.
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O Governo português não parece especialmente preocupado com o crescimento da dívida. Daqui até 2013 ainda há tempo para acontecer muita coisa. Se calhar o melhor é continuar a gastar, afinal de contas o efeito "too big to fail" favorece os que não se preocupam com contas. Aliás, tanto à direita como à esquerda invocam-se as somas mas ninguém discute as parcelas de forma séria.
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Dizia-me ontem um Amigo meu que não é no poupar que está o ganho, o que é preciso é que a dívida, tal como a alma, não seja pequena. Dias antes, dois outros Amigos diziam-me que os problemas do mundo decorrem todos da existência de dinheiro, acabe-se com ele e o mundo será como deve ser.
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E que mais, caros pardais?
2 comments:
Lembro-me do meu avô falar de alguém que lhe devia dinheiro e que lhe tinha dito que, em relação a dividas tinha uma teoria.
"As velhas não se pagam e as novas deixam-se envelhecer."
Daqui até 2013 pode ser que o Planeta nos resolva os problemas...
""As velhas não se pagam e as novas deixam-se envelhecer.""
Nem sempre resulta, suponho.
Mesmo quando a dívida é grande nem sempre morre de velhice.Embora algumas devessem morrer por iniquidade.
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