Tuesday, January 05, 2010

LIBERDADE E TERRORISMO

O A. nunca chegou a viajar de avião. Mas desafiavam-lhe a imaginação as várias explosões de aviões perpretadas por terroristas suicidas há alguns anos atrás.
Segundo A., o problema resolvia-se obrigando os passageiros a despir toda a sua roupa e a vestirem uma bata fornecida pela companhia de aviação antes de entrarem na aeronave.
E se os terroristas dominarem a tripulação e os passageiros pela força dos punhos?
Amarrem-se os passageiros às cadeiras.
E como podem comer, nesse caso? Não comem. Quem vai para o ar avia-se em terra.
E se quiserem ir à casa de banho? Os aviões têm casa de banho? perguntava A., incrédulo.
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Exagero nas medidas ou nos protestos?
Compreendo a irritação que as medidas provocam a alguns passageiros mais impacientes mas prefiro-as enquanto não forem descobertos processos mais expeditos e subtis. Leio em SuperFreakonomics que a localização de terroristas pode vir a ser mais bem sucedida a partir de bases de dados a partir das quais algoritmos que cruzam vários marcadores os identificam com elevada probabilidade de sucesso (acima de 99,9%).
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É uma esperança. Se assim não for, ou parecido, um dia destes, por este andar, não estaremos longe de uma "solução à A."
Poupavam-se as refeições a bordo e ganhava-se o espaço das casas de banho para sentar mais dois passageiros no local de cada uma.

9 comments:

António said...

Boa noite.
Poupanças é com eles. A partir da ideia de proibir (a alguns) tirar duas dentro do avião, desligou-se o ar condicionado, a renovação do mesmo e com isso, poupa-se muita gasosa.
Apoiado!
E quero acrescentar uma coisa: eu não sou o A. da historinha.
Mas que esse A. é cá dos meus, lá isso é!
Apoiado, caro A.
Mas agora há uma coisa nova que se podia juntar a tudo isso do scaning e tal. A telemetria.
Preparemo-nos para viajar em boa companhia já que não vejo como Iemenitas, Sudaneses, Sri-Lanquenses e outros que tais, vão obter na terra deles um cartão com tantos dados, ainda por cima reconhecíveis e fiáveis.
Mas não o posso afirmar com tanta certeza como o tipo que quatro anos antes das primeiras emissões de televisão, dizia que jamais seria possível o uso de raios catódicos.
Quanto à supressão das retretes nos aviões, sou contra e defendo até o aumento da sua área.
Assim, sendo maiores, já as mulheres poderiam lá ir aos pares.

António said...

Aqui vai isso da Biometria.

Israel: Sistema biométrico já está a ser testado nos aeroportos
05 de Janeiro de 2010, 23:08

Aeroporto de Ben Gurion, Israel, 05 Jan (Lusa) - Israel divulgou hoje que está a testar o sistema biométrico nos aeroportos, para tornar os voos mais seguros, reduzindo a invasão da privacidade dso passageiros.

De acordo com a autoridade dos aeroportos israelita, o sistema biométrico está a ser testado no aeroporto de Ben Gurion, próximo de Telavive.

Com o novo método, em vez de terem de esperar em longas filas para serem inspeccionados pelos agentes, os viajantes vão apresentar cartões com a sua fotografia, impressões digitais e detalhes pessoais.

Acrescento que do cartão não fazem parte as bombas.
Dizem que entrar, entram, mas sair de lá é um caso sério.
Ali não se brinca.

A Chata said...

Mais efectivo ainda:

- Completamente nú
- Antes do embarque, clister e lavagem ao estomago obrigatórias.
- Colocação de algalia nas viagens mais longas.
- Aplicação de colete de forças ou todos algemados às cadeiras.

Mais radical seria acabar com as viagens de avião.
Assim como assim, grande parte das companhias aéreas já estão falidas ou com dividas astronómicas e sempre se poupava dinheiro a subsidiá-las.

Se, em vez de aviões, os terroristas se começarem a dedicar mais aos transportes urbanos então é que quero ver...
(Na passagem do ano em Paris, 1100 carros incendiados, isso é que me preocupa)

António said...

Chata,
Há pouco, no aeroporto de Londres, vi uma cena em que uma louraça do norte quase teve de tirar a roupa toda sem protestar muito.
Ao mesmo tempo, uma árabe, talvez marroquina, cheia de roupas e berloques, gritava que metia medo porque as agentes queriam certificar-se que debaixo daquelas fraldas todas não ia nada de anormal.
Fez tamanho escarcéu que acabaram por levá-la para dentro de uma sala onde a revistaram devidamente.
Quando saiu até bufava e espumava, mas que foi à revista, foi.

Chata,
Vê?
Estamos quase de acordo.
Talvez fossem só carros velhos, daqueles que ficam abandonados na rua.
De resto estava frio e o pessoal está muito habituado a fogueiras.
Como quando o Kadafi veio a Lisboa e ficou no forte. Não sei se chegou a trazer camelos de bossa, porque dos outros não era preciso.
Estamos cá nós.

rui fonseca said...

Caros Amigos A. e António,

Grato pelos vossos comentários. Sabem bem que não tendo eu certeza de nada é com as discordâncias que, penso, vou aprendendo alguma coisa.

Neste caso, e com este meu apontamento, quis apenas dizer que se o terrorismo não for combatido as nossas liberdades serão cada vez mais cerceadas.

Venha ele de onde vier.

Mas não confundo o combate ao terrorismo com a segregação racial que é também uma forma (e medonha) de terrorismo. Há terroristas de todas as cores e credos. Nenhuns são melhores que os outros.

António said...

Há terroristas de todas as cores e credos. Nenhuns são melhores que os outros.

Pois não.
São todos maus.Más pessoas.
Só tentam ser melhores uns que os outros, no mal que praticam e que todos os dias tentam refinar.
Se aquele avião, o do dia de Natal, tivesse ido pelos ares e morressem mais trezentas pessoas inocentes, muitos dos que estão a defender os desgraçadinhos estariam calados.
Cobardemente, à espera que a coisa passasse.
É mau, quem escolhe 25 de Dezembro,Dia Sagrado, para matar inocentes.
Herodes, era um querido ao pé destes animais.
do seu ponto de vista enviezado, a culpa de tudo isto é nossa.
Sendo coerentes, deveriam ir penitenciar-se e pôr o gasganete a jeito.
O Homem que salvou toda aquela gente ao evitar a explosão da bomba, continua anónimo, a tipa que tentou agredir o Papa, tem um clube de fãs.
Uma miséria.

A Chata said...

António

"Talvez fossem só carros velhos, daqueles que ficam abandonados na rua."

Talvez sejam milhões de desempregados por essa Europa fora e que não gostam de brioches...

Quantos países arabes já visitou? E, caso o tenha feito, contactou coma as populações locais?

Pela minha experiência, a grande maioria dessas populações querem exactamente o mesmo que nós, uma vida calma, comida para os filhos e governantes menos corruptos.

Quanto aos apalpanços por estranhos, parece-me que a maioria das pessoas, homens ou mulheres, não os apreciam, nem se sentem confortáveis com eles.

António said...

"Quantos países arabes já visitou? E, caso o tenha feito, contactou coma as populações locais?"

Trabalhei em três. Marrocos, Argélia e Líbia.
O trabalho que lá fizemos, não tem medida no bem-estar das populações.Ainda assim somos vistos como intrusos e não como trabalhadores especializados em fazer aquilo que muitos deles jamais sonharam ser possível.
A tal ponto que alguns, além de passarem a obrigar as mulheres a usar burka, passaram também a obrigá-las a ir buscar água a sítios ainda mais distantes do que anteriormente, só porque aquela água, em casa, estava conspurcada pelo trabalho dos "infiéis".Continuam a obrigá-las a cozinhar com lenha e carvão, nem o gás canalizado querem que as mulheres usem. Só a instalação das condutas principais estava a nosso cargo, sempre muito afastados das povoações. Mas como pusemos as mãos naquilo...
Na Argélia, um colega meu conheceu um comerciante que tinha uma irmã. Gente evoluída para o meio. Foram andando, namoraram sempre com os pais à vista, seguindo os costumes locais e marcaram casamento.
Grande festa, como é hábito, com todos os amigos e familiares que vieram de todo o país.Muitas prendas, principalmente em dinheiro local, muita festa, consideração, beijos e abraços...
Dias depois, pais e irmão da senhora, passaram a ser hostilizados pelos amigos, vizinhos e familiares. Primeiro até por estes.Quem o não fizer, não é boa gente. Segundo eles, claro.
Passaram a ser cuspidos e insultados na via publica, mesmo por desconhecidos que faziam o que viam fazer. Um horror!
A situação tornou-se insuportável e não houve outra solução a não ser sair dali, trazer a mulher para Portugal, pedir transferência de país. Agora, esse meu colega e amigo está na Líbia, onde faz trabalho semelhante ao que fazia nos outros países.
A mulher, sente imensas saudades dos pais e irmão, que aparentemente estão bloqueados no seu dia-a-dia e sem esperanças de um dia verem algum netito ou sobrinho visitá-los. Nem eles, sendo árabes, contavam com semelhante patifaria. Nem faziam ideia.
O radicalismo medieval galopa.

Quer melhor que isto?

Claro que os vendedores de tapetes e bujigangas que vemos por aqui, são muito boas pessoas, muito certinhos, muito pobrezinhos, coitadinhos, enquanto estão em minoria. Até um dia.
Querem ter o que nós temos, mas não fazem rigorosamente nada para isso, a não ser acreditar piamente na palavra dos imãs, ayatolas e C.ª. A mando destes, escravizam mulheres e filhas, fecham-nas, não as deixam ir à escola e permanecem em ócio o dia inteiro. Com breves intervalos para rezar.
Como se rezar fosse trabalho.
Por ora chega.
Pode pensar que eu também sou radical, que os odeio, mas não é bem assim.
Sei com quem conto. E conto sempre com o pior.Só isso.

A Chata said...

Antonio

Sinto muito pelas suas más experiências mas, as minhas foram muito diferentes.
Talvez porque não fui a Marrocos ou ao Egipto para lhes dar nada, nem trabalhar para alguém mas, como visitante.

Não concordo com a maneira como as mulheres são tratadas nesses países mas, por outro lado, também há tanta coisa nas nossas sociedades com que não concordo.

Tenho um amigo judeu, português que casou com uma alentejana católica e adivinhe o que aconteceu.
Foi banido da familia!
Em Portugal.

De qualquer maneira, não me parece que seja bombardeando, cortando gargantas ou usando de violência equivalente à de alguns dos islamicos radicais, matando familias, destruindo-lhes as casas que vamos conseguir que algo de bom venha ao Mundo.

Olho por olho, alguém disse, acabamos todos cegos...