Era previsível.
A partir do momento em que o Governo foi obrigado a ceder, pelos sindicatos dos professores mas também pelas oposições, e nomeadamente pelo PSD que, sendo o maior partido da oposição é (deveria ser) o mais responsável, ficava aberta a porta para a contestação generalizada em toda a função pública. E porque não haveria de ser assim? Que legitimidade têm os professores do ensino secundário para reclamar condições de trabalho, de progressão na carreira, de avaliação (bonificação, entenda-se) dos seus méritos, que não seja extensível aos outros servidores do Estado?
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Quando existe um reconhecimento generalizado de que o país se afunda na falta de competitividade da sua economia, de que o Estado é, pela enorme fatia que come do bolo comum, o maior responsável pela letargia em que a actividade económica se encontra há mais de uma década, quando é por demais evidente que os resultados das funções primordiais da justiça e da educação são desastrosos, quando reconhecidamente o sector público remunera, em média, muito acima da remuneração média do sector privado, quando o défice engrossa a dívida pública e a dívida pública ameaça sufocar ainda mais a economia, é trágico que não haja quem, reconhecendo tudo isto, não possa ou não queira levar os portugueses a arrepiar caminho.
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Dispondo da maior (quase única) capacidade de mobilização sindical, com emprego garantido para toda a vida e progressões de carreira asseguradas mesmo para os mais inaptos, os funcionários públicos têm vindo progressivamente a aumentar o preço dos serviços que prestam à custa da redução dos rendimentos dos outros portugueses em geral. Até quando?
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Mais quero asno que me leve, mas asno sobrecarregado dá de lado.
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Cedências na Educação abrem nova frente de guerra na Função Pública
O acordo assinado entre o Ministério da Educação e os sindicatos do sector promete abrir uma nova frente de guerra na Função Pública. As organizações sindicais da UGT e da CGTP vão aproveitar as cedências na educação para tentarem flexibilizar a avaliação e a progressão da generalidade dos funcionários públicos.
O acordo assinado entre o Ministério da Educação e os sindicatos do sector promete abrir uma nova frente de guerra na Função Pública. As organizações sindicais da UGT e da CGTP vão aproveitar as cedências na educação para tentarem flexibilizar a avaliação e a progressão da generalidade dos funcionários públicos.
2 comments:
A função pública sempre foi pródiga em encontrar esquemas de bonificações.Não há muitos anos era prática corrente fazer a promoção ao nível imediatamente superior uns mesitos antes de passarem à reforma (aposentação, dizia-se). Verdade seja dita que, tradicionalmente, as remunerações da função pública eram, na generalidade, inferiorees às do sector privado. Mas,em contrapartida, o limite da reforma eram 100% da última remuneração (80% nos privados).Tendo sido uma parte da minha actividade profissional passada na função pública(ensino, nomeadamente) até parece que estou contra a classe.Nada de mais errado.
Simplesmente entendo que uma sociedade justa deve assentar numa justiça distributiva e não no pricípio 'cada um amanha-se como pode'.Pobres dos que não têm a lavanca de sindicatos poderosos. Nas actuais condições é de exigir que 'ou há moralidade ou comem todos'.
Boa tarde.
"não possa ou não queira levar os portugueses a arrepiar caminho".
Quais portugueses?
Os mesmos do costume, ou todos, a começar pelos que estão melhor?
Onde é que há igualdade nesta coisa a que se vai chamando ainda país?
Quando é que se faz uma coisa que ponha isto nos eixos?
O Aix, disse:
'ou há moralidade ou comem todos'.
Nem há moralidade nem comem todos por igual.
Uns comem muuuito mais que outros.
Ou a nova vaga de "eles comem tudo, eles comem tudo".
Não andam de madrugada, nem precisam, a falta de vergonha é tanta que fazem tudo à luz do dia.
É o que está a dar...
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