Saturday, January 25, 2014

NOTÍCIAS ACERCA DA GERAÇÃO MAIS BEM PREPARADA DE SEMPRE

São frequentes referências às perdas resultantes de uma crise que expulsa milhares de jovens para o estrangeiro e impede o aproveitamento de grande parte das capacidades da "geração jovem mais bem preparada de sempre,  "a geração de ouro", dos jovens que desesperam desempregados até se decidirem a abandonar o país. 

Segundo relatório da McKinsey referido no Expresso Economia, que será divulgado hoje numa conferência da Associação Cristã de Empresarios e Gestores, "instituições de ensino, empregadores e jovens vivem em universos paralelos", sendo sinal disso o facto de, em Portugal, 80% das instituições de ensino ouvidas considerarem que os jovens estão preparados para o mercado de trabalho, quando acabam os estudos, mas só 48% dos jovens se consideram habilitados e apenas 33% dos empregadores têm essa opinião. Ainda assim, os jovens e as instituições de ensino portugueses são os segundos mais optimistas na Europa enquanto os empregadores são os terceiros mais pessimistas. Segundo o mesmo relatório, não foram preenchidas 30% das vagas pelos empregadores portugueses por não terem encontrado candidatos com competências certas. Entretanto, cerca de 37% dos jovens com menos de 25 anos estão desempregados, em Portugal.

Afinal, em que ficamos? É ou não esta a geração mais bem preparada de sempre?
Repito-me: Provavelmente, até será, quando avaliada por comparação com as gerações portuguesas anteriores. Mas é uma avaliação que faz pouco sentido porque: i) não há competição interna inter-geracional sustentada apenas nas competências adquiridas na escola (p.e., professores efectivos eventualmente menos competentes não têm os seus lugares ameaçados pela concorrência de jovens supostamente melhor preparados) ii) a concorrência no mercado do trabalho passou a ser global e o que mais importa  avaliar não é a capacidade da actual geração jovem portuguesa relativamente às anteriores mas a sua capacidade vis-a-vis as capacidades das gerações jovens de outros países. 

E se isto é válido para a comparação entre capacidades daqueles que procuram emprego também é válido para a comparação de capacidades dos empregadores e dos que no ensino e nas empresas preparam uns e outros. 

É muito evidente que a Europa passa por uma crise múltipla, que radica profundamente na sua perda de influência relativa no mundo. Portugal, como elo débil, sofre-lhe redobradamente as consequências. Quanto ao resto, são relatórios.

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