O Público noticia hoje aqui que uma funcionária do instituto responsável pela emissão de cartas de condução afirmou ontem, perante um colectivo de juízas, ter sido pressionada por duas ex-procuradoras que lhe exigiram a emissão rápida da carta de condução para o namorado de uma delas. Este, um burlão, que depois se terá envolvido com ambas, logrou convencê-las a obterem-lhe informações sobre processos de burla que o tinham levado a evadir-se do país. Ainda com a ajuda das enamoradas procuradoras, o finório conseguiu a obtenção de documentos falsos que lhe permitiram reentrar em Portugal.
O acontecimento, que não passaria de mais um, entre muitos, casos sórdidos que chegam habitualmente aos tribunais se não se desse o caso das protagonistas serem ex-procuradoras e as testemunhas de defesa a ex-directora do DCIAP Cândida Almeida e um procurador no activo.
Mas o que seria espantoso se não fosse normal em Portugal é o tempo em que já se arrasta esta história de degradação moral. O caso remonta a finais de 2004, altura em que uma das magistadas envolvidas conheceu pela Internet o burlão. Nove anos, senhores agentes da justiça, para ainda a esta hora estarem a ouvir a interveniente num detalhe menor do processo - eventual pressão da emissão da carta de carta de condução - só não é, também ele, um caso escandaloso porque os senhores banalizaram há muito tempo este tipo de escândalos dentro das vossas fronteiras.
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