Wednesday, January 01, 2014

HÁ CEM ANOS

Estava Julho quase a chegar ao fim, começou o primeiro conflito bélico global que a História passou a registar como a Primeira Guerra Mundial. Prolongou-se até meados de Novembro de 1918, morreram mais de nove milhões de combatentes, muitos sobreviveram estropiados para sempre, grande parte dos quais atingidos pelas armas químicas utilizadas em larga escala*. A destruição material atingiu níveis incalculáveis. Desencadeada por europeus, o confronto desenrolou-se sobretudo na Europa e, naturalmente, foram europeus as principais vítimas dos ventos semeados pela tempestade que criaram.

Do rancor nacionalista provocado pelas condições impostas pelos vencedores aos vencidos, nomeadamente a Alemanha, resultou vinte anos depois o desencadear de novo e ainda mais destruidor conflito, alargando-se o palco das hostilidades na Europa até ao Oriente. Após quase 70 anos de ausência de conflitos generalizados na Europa, a paz entre os europeus não está consolidada, no fantasma dos nacionalismos vêm-se-lhe crescer as asas quase por toda a parte. O apoio que recebeu dos vencedores, depois de novamente derrotada, permitiu à Alemanha que se reerguesse e seja hoje quem dita condições na União Europeia.

Uma situação que, olhando através do retrovisor da História, pode voltar a ser trágica senão se reerguerem, com a ajuda Alemanha, os derrotados, porque financeiramente fragilizados, de hoje. 

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* A derrota dos combatentes portugueses na batalha de La Lyz foi sobretudo resultado de uma impreparação que alguns actos de heroísmo individual não podiam superar. Agora, como então, o voluntarismo  e os confrontos políticos internos sobrepõem-se ao estabelecimento de objectivos consensuais e a congregação de forças que a situação de dependência, que com a saída da troica não se vai anular, exige.

1 comment:

Unknown said...

não vejo qualquer razão para temeros arautos da desgraça.
A evolução tanto social como economica vai rapidamente transferir o centro para a Asia/pacifico e se não se cuidarem os teoricos d todos os emergentes deixam de ter qualquer sentido de consideração pela papel de lider social que a UE sem duvida representa para o resto do mundo. E basta ver esse declinio pela correção da idade da reforma que alguns sentem ter que fazer(travando aos jovens a possibilidae de entrar na vida activa) que s´o a eficente Alemanha contraria, mostrando porque é melhor.