É tão grande o número de broncas a desaguar em cada instante no pântano em que nos afundaram que torna virtualmente impossível a um cidadão comum dar conta da maior parte delas, mesmo que recorra a um caderno de apontamentos do tipo deste. Hoje, topei aqui com uma das gordas que me havia escapado anteontem: a nomeação (contestada pelos deputados do PSD da comissão de inquérito ao BPN) do senhor Francisco Bandeira para liderar a operação de reestruturação da CGD em Espanha.
Recorda-se aqui que em Maio do ano passado o senhor Bandeira e o senhor Vara foram condenados em 50 mil euros pela CMVM por terem tido conhecimento, e não terem travado, o financiamento a clientes e directores para aquisição de acções através de contas-fantasma.
Há dias soube-se que o BPN concedeu 135 milhões de crédito de risco à SLN Valor, do grupo dominante do BPN, já depois da nacionalização do BPN. O senhor Francisco Bandeira conseguiu, enquanto principal responsável pelo grupo da CGD a quem o governo incumbiu a gestão do mostrengo, duplicar o valor do escândalo financeiro calculado à data de uma nacionalização feita de forma desastrada, sobretudo por ter deixado de fora os activos do grupo que o congeminara.
Lê-se isto, e a dúvida é recorrente: Por que é que é gente desta tão frequentemente preferida para o exercício de cargos públicos ou aparentados? Considerando a impunidade e a recompensa envolvendo tanto safado (não digo, por decoro, que é o mínimo que lhes falta a eles e aos que os nomeiam, a palavra que me ocorre) é concludente que este país não é para gente séria.
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1 comment:
bem questionado. E devia haver uma resposta clara.
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