O Fundo Monetário Internacional divulgou hoje um documento de reavaliação das políticas de natureza fiscal adoptadas nas economias mais desenvolvidas - IMF Policy Paper - Reassessing the role and modalities of fiscal policy in advanced economies - onde, mais uma vez, são reconhecidas consequências perversas de medidas prescritas ou sobrescritas pelo mesmo FMI.
Este é um exercício de masoquismo dialético psicológico a que os responsáveis pelo FMI, com especial responsabilidade da senhora Christine Lagarde, nos vêm submetendo há cerca de um ano, pelo menos desde que Lagarde afirmou em Tóquio que "tipo e ritmo de ajustamentos orçamentais devem ser adaptados a cada país", alertando para riscos graves de instabilidade financeira no sistema financeiro globalizado". -, e que, ingenuamente, reconheço agora, comentei aqui.
Ingenuamente, porque aquilo que parece óbvio para o cidadão comum - um mínimo de coerência entre o que o que o FMI diz e o que o FMI pratica - não é nada óbvio, e são insondáveis as razões últimas deste descarado desfasamento entre dizer e fazer, impróprio de gente séria. Ao mesmo tempo que o FMI publicava este documento o encontro dos partidos políticos com a troica caracterizou-se com duas palavras "insensibilidade e silêncio", segundo o PS.
"É em Berlim é que está a chave dos nossos problemas, temos de fazer uma grande ofensiva diplomática em Berlim", afirmou hoje Freitas do Amaral. Não é a primeira vez, nem é o único, que diz o mesmo.
Os senhores representantes da troica merecem o respeito devido a técnicos de, supõe-se, elevadíssima craveira técnica, mas não mais que isso. Se o FMI é um desencontro de opiniões, e os dois outros pilares da troica se sustentam na Dona Merkel, é com a Dona Merkel, reconhecidamente o mais poderoso da economia portuguesa, que o senhor Passos Coelho deve convencer.
Mas há um senão: Só convence quem está convencido. E não é nada liquido que o senhor Passos Coelho já esteja convencido de uma evidência, que ele publicamente rejeita: Portugal não tem nenhuma hipótese de suportar a carga dos juros e só uma reestruturação da dívida (Wolfgang Münchau, o colunista do Financial Times, alemão, disse há dias o mesmo em Lisboa) pode resolver o nosso imbróglio e os de mais algum outros.
Quanto ao senhor vice-primeiro ministro, incumbido das discussões com a troica e da reforma do Estado, que prometeu não permitir a tributação excepcional das pensões - a tal linha vermelha que com ele não será nunca ultrapassada - eclipsou-se ou revogou-se outra vez?
Ingenuamente, porque aquilo que parece óbvio para o cidadão comum - um mínimo de coerência entre o que o que o FMI diz e o que o FMI pratica - não é nada óbvio, e são insondáveis as razões últimas deste descarado desfasamento entre dizer e fazer, impróprio de gente séria. Ao mesmo tempo que o FMI publicava este documento o encontro dos partidos políticos com a troica caracterizou-se com duas palavras "insensibilidade e silêncio", segundo o PS.
"É em Berlim é que está a chave dos nossos problemas, temos de fazer uma grande ofensiva diplomática em Berlim", afirmou hoje Freitas do Amaral. Não é a primeira vez, nem é o único, que diz o mesmo.
Os senhores representantes da troica merecem o respeito devido a técnicos de, supõe-se, elevadíssima craveira técnica, mas não mais que isso. Se o FMI é um desencontro de opiniões, e os dois outros pilares da troica se sustentam na Dona Merkel, é com a Dona Merkel, reconhecidamente o mais poderoso da economia portuguesa, que o senhor Passos Coelho deve convencer.
Mas há um senão: Só convence quem está convencido. E não é nada liquido que o senhor Passos Coelho já esteja convencido de uma evidência, que ele publicamente rejeita: Portugal não tem nenhuma hipótese de suportar a carga dos juros e só uma reestruturação da dívida (Wolfgang Münchau, o colunista do Financial Times, alemão, disse há dias o mesmo em Lisboa) pode resolver o nosso imbróglio e os de mais algum outros.
Quanto ao senhor vice-primeiro ministro, incumbido das discussões com a troica e da reforma do Estado, que prometeu não permitir a tributação excepcional das pensões - a tal linha vermelha que com ele não será nunca ultrapassada - eclipsou-se ou revogou-se outra vez?
1 comment:
e o cumprimento miseravel dos responsaveis portugueses do que se assinou? e não há vergonha de ninguem que tanta materia que entrava a vida portuguesa tenha que ser posta e fiscalizada por estrangeiros porque os nacionais são tipo joker?
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