À primeira vista a hipótese parece absurda: a de um cidadão eleitor ter dois direitos de voto - um na área administrativa da sua residência, outro onde ele escolher votar.
Foi também essa a minha primeira reacção quando a vi defendida por um economista norte-americano, a propósito das eleições para os membros do Congresso .Depois, pesando as vantagens e possíveis desvantagens, concluí que a ideia tem mérito suficiente para ser rejeitada como estapafúrdia, pelo menos, pelos interesses partidários. Porquê?
Foi também essa a minha primeira reacção quando a vi defendida por um economista norte-americano, a propósito das eleições para os membros do Congresso .Depois, pesando as vantagens e possíveis desvantagens, concluí que a ideia tem mérito suficiente para ser rejeitada como estapafúrdia, pelo menos, pelos interesses partidários. Porquê?
Porque um direito desses colocaria em causa o poder dos caciques locais, um poder sustentado por fundos que eles se limitam a receber da administração central e pelo crédito que assumem em nome e sob a garantia do Estado, e que gastam em dispêndios e obras - sobretudo de cimento, muitas vezes excessivas ou mesmo completamente inúteis - com o objectivo último de caçar votos.
Se a um cidadão eleitor pudesse votar noutro concelho à sua escolha além do voto no concelho da sua residência, os candidatos de todos os concelhos do país moderariam os ímpetos das suas promessas eleitorais, e os eleitos seriam mais cautelosos com os seus critérios de gestão, os concelhos seriam menos vulneráveis a propósitos caciquistas e os impostos pagos por todos os contribuintes do país gastos com critérios mais controlados.
Parece-me evidente que um princípio destes teria terminado, por exemplo, com o poder hegemónico do presidente da Madeira há muito tempo. E que o resultado das eleições de hoje no Porto não seria a grande incógnita do dia.
Se a um cidadão eleitor pudesse votar noutro concelho à sua escolha além do voto no concelho da sua residência, os candidatos de todos os concelhos do país moderariam os ímpetos das suas promessas eleitorais, e os eleitos seriam mais cautelosos com os seus critérios de gestão, os concelhos seriam menos vulneráveis a propósitos caciquistas e os impostos pagos por todos os contribuintes do país gastos com critérios mais controlados.
Parece-me evidente que um princípio destes teria terminado, por exemplo, com o poder hegemónico do presidente da Madeira há muito tempo. E que o resultado das eleições de hoje no Porto não seria a grande incógnita do dia.
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