O ministro
Poiares Maduro discursou ontem no International Club of Portugal, que não sei o que seja mas
deve ser muito bem considerando o lustre das individualidades que por lá
passaram, salvo um tal Aurtur Baptista da Silva, uma nódoa que lá caiu como em
qualquer bom pano, e foi aplaudida. Disse, o prof. Poiares Maduro, segundo o
DN, que "os impostos podem aumentar caso não se reforme o Estado"
e que, lê-se no Público, avisou que "sem reforma do Estado,
Portugal pode ser a nova Grécia". Acrescentou ainda, além do mais, que
"... novos aumentos de impostos poderão comprometer seriamente a retoma
da economia e mergulhá-la de novo em ambiente recessivo".
Resumindo, e concluindo: O
ministro Poiares Maduro não disse nada de novo.
E podia ter dito. Poderia ter dito, citando o Primeiro-Ministro, que a
"reforma do Estado" não se faz porque falta bom senso aos
juízes do Tribunal Constitucional e ao PS aderência à realidade, outra
forma igualmente irrazoável de dizer a mesma coisa. Repito-me: a melhor forma de evitar,
ou reduzir, a intervenção política, às vezes insólita, do TC é negociar a
aderência do PS a um conjunto de pilares de sustentação da reforma
possível do Estado.
Falta a este governo dimensão, falta-lhe força, pese embora a tenacidade do seu primeiro responsável. E falta-lhe, sobretudo, humildade para reconhecer que uma reforma de Estado é um objectivo que só pode ser atingido se suportado pelas principais forças políticas e sociais. É essa a questão que tem de ser discutida: Se não queremos mais impostos porque isso voltaria a travar o crescimento e a aumentar o desemprego, que queremos, a maior parte de nós?
Repetindo, ad nauseam, o mesmo estribilho pode ser um meio partidário eficaz mas nunca será um meio capaz para reformar o Estado.
No comments:
Post a Comment