As receitas das privatizações realizadas em Portugal sumiram-se sem deixar rasto.
Segundo um relatório do FMI divulgado hoje - Dealing with a High Debt in na Era of Low Growth - é possível a redução da dívida pública em períodos de baixo crescimento económico.
Como?
A solução mais óbvia é a privatização, quanto baste, de sectores económicos detidos pelo Estado,
Evidentemente, que aquele quanto baste, implica que além de serem suficientes sejam convenientemente aplicados os embolsos provenientes das privatizações realizadas.
Quanto a este requisito, o da aplicação dos fundos resultantes das privatizações, concluem no FMI, que em Portugal os efeitos pretendidos têm fugido à regra, parecendo irrelevantes as privatizações na contenção da dívida pública. E, a questão que, imediatamente, se levanta é esta: sem recurso a privatizações e golpes de mão a outras receitas extraordinárias, que nível teria atingido a dívida pública portuguesa? Provavelmente, pouco mais ou menos o mesmo. As receitas extraordinárias, não tendo reduzido a dívida foram aplicadas em despesas que, de outro modo, teriam sido reequacionadas mais cedo.
Para lá das privatizações, ou quando já não há nada de relevante para privatizar, argumentam os autores do relatório, a redução da dívida em tempos de crise é possível após um período de ajustamento (inevitável, afinal) da despesa com (inevitáveis) efeitos recessivos imediatos.
Do FMI, nada de novo.
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