Wolfgang Münchau concluía há dias num artigo publicado no Financial Times - The arithmetic of Germany´s elections points to instability -, que, das eleições na Alemanha dentro de dez dias, não resultará garantidamente, como muitos esperam, um período de estabilidade política susceptível de favorecer a coesão na União Europeia. Aqueles que pensam que o mundo será diferente no próximo dia 23 deste mês, desiludam-se, recomenda Münchau. E porquê?
Feitas as contas, considerando as sondagens e os arcos partidários nas câmaras, alta e baixa, no parlamento federal alemão, Münchau conclui que, muito provavelmente, Merkel não conseguirá formar um governo suportado por uma coligação com estabilidade suficiente para resistir aos solavancos de um percurso interna e externamente acidentado. Consequentemente, a União Europeia, e em particular a zona euro, poderá continuar expectante dos resultados das próximas eleições gerais alemãs depois destas.
Ironicamente, a continuação das políticas actuais da senhora Merkel depende da eleição de representantes do AfD, o único partido declaradamente anti europeu e proponente da extinção do euro. Para que tal aconteça, o AfD, que concorre pela primeira vez, terá de obter pelo menos 5% dos votos, um resultado inesperável. Se tal não acontecer, é difícil vislumbrar uma coligação que possa garantir estabilidade política na Alemanha durante os próximos quatro anos.Quem parece não acreditar nestas contas é o euro, que se mantem teso e garboso frente ao dólar e a tudo o que é moeda internacionalmente aceite.
Ironicamente, a continuação das políticas actuais da senhora Merkel depende da eleição de representantes do AfD, o único partido declaradamente anti europeu e proponente da extinção do euro. Para que tal aconteça, o AfD, que concorre pela primeira vez, terá de obter pelo menos 5% dos votos, um resultado inesperável. Se tal não acontecer, é difícil vislumbrar uma coligação que possa garantir estabilidade política na Alemanha durante os próximos quatro anos.Quem parece não acreditar nestas contas é o euro, que se mantem teso e garboso frente ao dólar e a tudo o que é moeda internacionalmente aceite.
Münchau afirmou ontem em Lisboa - vd. aqui -, além de mais, que "a
crise da dívida europeia apenas será resolvida se o sector oficial -
instituições como FMI ou o BCE - aceitarem perdas na dívida que detêm de
países sobreendividados." Uma saída que, claramente, as perspectivas do mesmo colunista quanto aos resultados das eleições na Alemanha não parecem, de algum modo, favorecer. A menos que, como ele refere, o partido anti europeu, ao recolher votos suficientes para se representar, desequilibre a relação de forças entre os partidos do arco governamental alemão e isso favoreça a constituição de um governo de grande coligação CDU/SPD.
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