Sunday, May 05, 2013

MUITO CUSTA A GANHAR A VIDA HONESTAMENTE

Wolfgang Schäuble, entrevistado pela revista do Expresso para um artigo sobre "os 100 mais influentes", a publicar no próximo sábado, elogiou rasgadamente Vítor Gaspar. Para o ministro alemão das finanças, o seu homólogo português tomou as decisões certas e não hesitou perante a contestação, dando uma contribuição decisiva para as políticas que colocaram firmemente Portugal no caminho da recuperação.
 
Não é a primeira vez, nunca se sabe quando será a última, que o senhor Schäuble não regateia encómios ao trabalho do obediente senhor Vítor Gaspar. E percebe-se porquê. Tanto quanto o observador comum pode constatar, o senhor Vítor Gaspar tem-se esforçado o mais possível por executar a receita da troica, onde a influência do comando alemão é decisiva. O que não se percebe é a persistência numa intransigente política que, provadamente, já demonstrou não estar a conduzir a qualquer recuperação possível. E ainda se percebe menos que, contra a mais notória evidência, o senhor Schäuble afirme que Portugal está firmemente no caminho da recuperação. A menos que Schäuble nos tome a todos por tolos.
 
Por outro lado, o senhor José Manuel Durão Barroso afirma numa entrevista publicada hoje no jornal alemão Welt am Sonntag que "o que acontece em França ou em Portugal não é culpa de Merkel ou da Alemanha. As decisões no seio do Eurogrupo são sempre tomadas por unanimidade. É totalmente injusto apresentar as medidas como se fossem impostas por um único país ou por uma só instituição".
 
Ainda há poucos dias - vd aqui - o presidente da Comissão Europeia tinha ousado afirmar que "a política de austeridade atingiu os seus limites”, admitindo ainda "erros na política e na condução da estratégia para os países resgatados". Merkel não gostou e, implicitamente, repreendeu-o. O nominalmente Presidente da Comissão Europeia ouviu, encaixou e hoje depõe a favor de Merkel.
 
Hem!?  Lindos meninos!

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