Ouço esta manhã na rádio, e confirma-se aqui, que o ministro da economia, acompanhado do secretário de estado do turismo estarão hoje e amanhã em Londres para promover a venda de imobiliário. Parece bizarro, e é. A que título dois membros do governo português se incumbem da venda de imóveis que, presume-se, nem sequer são pertença do Estado? Trata-se, segundo as noticias, de prédio de gama alta e média alta, de valor superior a 500 mil euros, podendo alguns atingir os 3 milhões. Serão cerca de 10 mil, a maior parte dos quais no Algarve.
É verdade que há precedentes de peso. Sócrates, por exemplo, promoveu, vendeu e distribuiu "Magalhães", mas Sócrates dizia-se socialista, e um socialista, se for caso para isso, arregaça as mangas e leva as funções do Estado até onde os credores o deixarem ir.
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Mas de Álvaro Santos Pereira suponho que nunca ninguém suspeitou tivesse vocação ideológica para substituir os empresários, que construiram, ou os banqueiros que financiaram, e fazer aquilo que só a eles compete fazer. Para Adolfo Mesquita Nunes, libertário assumido, para quem o Estado deve ser mínimo, a incumbência de caixeiro viajante em nome do Estado só é presumivelmente tragável por ser putativamente do interesse de terceiros privados.
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Mas de Álvaro Santos Pereira suponho que nunca ninguém suspeitou tivesse vocação ideológica para substituir os empresários, que construiram, ou os banqueiros que financiaram, e fazer aquilo que só a eles compete fazer. Para Adolfo Mesquita Nunes, libertário assumido, para quem o Estado deve ser mínimo, a incumbência de caixeiro viajante em nome do Estado só é presumivelmente tragável por ser putativamente do interesse de terceiros privados.
Espera-se que sejam bem sucedidos. E que, naturalmente, não se esqueçam de cobrar as comissões que são devidas a qualquer bem sucedido agente imobiliário. Neste caso, obviamente, o Estado.
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