Monday, December 12, 2011

EM NOME DOS INTERESSES PRÓPRIOS

A reacção dos mercados aos resultados da cimeira europeia não augura senão a  progressão da crise na Europa, como se perspectivou imediatamente ao conhecimento do isolamento da UK e da incerteza que continua a ameaçar a estabilidade da Zona Euro e, por arrastamento, o futuro da União Europeia. 

Cameron disse hoje na Câmara dos Comuns que na cimeira defendeu os interesses do UK e, segundo as sondagens, 57% dos britânicos aprova a decisão. Quem não concorda, e por essa razão não se apresentou no parlamento, foi Nick Clegg, vice-primeiro ministro, lider dos liberais, parceiros no governo de coligação.

No Financial Times de hoje, a posição de Cameron é duramente criticada pela generalidade dos comentadores, que vêm no isolamento do Reino Unido para além das consequências negativas sobre o futuro da União Europeia, uma ameaça aos interesses britânicos por auto exclusão na discussão de matérias fundamentais, nomeadamente das regras com incidências fiscais e financeiras. 

Cameron não podia ser mais claro e isso agradou sobremaneira aos súbditos de Sua Magestade que se determinam por um sentimento de autosuficiência, que raia a sobranceria, que vem do tempo em que foram donos e senhores do mundo. 

Mas é sobretudo a ausência de meios de garantia de cumprimento das dívidas soberanas que continua a encaminhar a Zona Euro para a implosão. Se o UK fosse membro da Zona Euro que juro estaria a pagar hoje a sua dívida pública?  Seis por cento, a um ano, tanto quanto pagou hoje a Itália numa emissão de oito mil milhões de euros?

É em nome dos interesses próprios, britânicos, alemães, franceses, etc., que se desmorona a Eutopa.

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