Tuesday, February 24, 2009

RISCO IMORAL

O Governo anunciou ontem que não vai assumir responsabilidades perante "grandes fortunas".
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Grandes ou pequenas, porque bulas é que o Estado (o Governo assume em nome do Estado mas geralmente as duas entidades são confundidas, propositadamente ou não) deveria assumir as responsabilidades de quem arriscou e perdeu?
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É o "risco imoral", ou a protecção dos que se aventuram no trapézio confiantes de que em baixo há sempre rede, que está na origem da maior parte dos desmandos praticados pelos agentes financeiros.
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Os próprios depósitos a prazo, nos casos do BPP e do BPN, que ofereciam taxas bem acima das praticadas pelo mercado, e que portanto eram canalizadas para aplicações de maior risco, não deveriam merecer qualquer garantia do Estado.
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Que os Governos estejam a proteger os depósitos em geral como forma de evitar maiores consequências sistémicas (que, apesar dessas garantias, ninguém pode garantir que não venham ainda assim a ocorrer) compreende-se. Que as garantias do Estado se estendam, directa ou indirectamente, a aplicações de risco elevado, é uma prática de compadrios a pagar por todos os que não entraram no banquete.
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Governo não vai assumir responsabilidades do BPP perante “grandes fortunas”
O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou hoje, em declarações à RTP, que “a viabilidade do BPP não dependerá das decisões do Governo”. A tutela emitiu um comunicado onde explica que, a partir de agora, o Governo se vai excluir da promoção de uma solução para a gestão de carteiras de investimento da instituição por considerar que não deve utilizar “fundos públicos para solucionar um problema associado à gestão de fortunas pessoais”. Apesar disso, os depósitos estão assegurados, refere o ministério.
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